A Braskem (BRKM5) registrou prejuízo líquido de R$ 26 milhões no terceiro trimestre, uma redução de 96% em relação ao mesmo período de 2024. Em dólares, a perda foi de US$ 1 milhão, queda de 99% na comparação anual.
Apesar do resultado negativo, o mercado reagiu positivamente a melhora operacional da companhia: as ações BRKM5 disparam 15,44%, a R$ 7,55, com a maior alta intradiária desde maio de 2023. O papel lidera o Ibovespa — que avança 1,41%, aos 157.447 pontos renovando o recorde.
Melhora operacional da Braskem
Segundo a Braskem, o resultado foi impactado principalmente pelo complemento da provisão referente aos danos geológicos causados em Alagoas e pela hibernação da planta de cloro-soda no Estado. Esses efeitos foram parcialmente compensados pela melhora operacional e pelo reconhecimento de créditos fiscais.
O Ebitda recorrente somou R$ 818 milhões, queda de 66% na comparação anual, mas alta de 91% frente ao segundo trimestre de 2025. A receita líquida ficou em R$ 17,3 bilhões, recuo de 19% na comparação anual.
Em comunicado, o CEO Roberto Ramos afirmou que a empresa segue focada em maximizar o Ebitda e fortalecer a geração de caixa no curto e longo prazo.
“A Braskem permanece comprometida com o Programa Global de Resiliência e Transformação, buscando superar os desafios estruturais da indústria petroquímica”, disse.
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Destaques regionais e consumo de caixa
No Brasil e América do Sul, o Ebitda atingiu R$ 1,1 bilhão, alta de 29% sobre o trimestre anterior, impulsionado pela priorização de vendas de maior valor agregado e pela recuperação do mercado doméstico.
Já nas operações dos Estados Unidos e Europa, o Ebitda foi negativo em R$ 79 milhões, refletindo a menor demanda. No México, a parada de manutenção da central petroquímica impactou o resultado, com Ebitda negativo de R$ 204 milhões.
A companhia teve consumo operacional de caixa de R$ 334 milhões, influenciado por maiores despesas de capital (CAPEX) e gastos com fornecedores. A dívida líquida ajustada encerrou setembro em US$ 7,1 bilhões, alta de 22% em 12 meses, elevando a alavancagem para 14,8 vezes o Ebitda.
Acordo da Braskem com governo alagoano
A Braskem anunciou acordo com o governo de Alagoas para encerrar as disputas relacionadas ao afundamento do solo em Maceió, causado pela exploração de sal-gema.
O acordo prevê o pagamento de R$ 1,2 bilhão, dos quais R$ 139 milhões já foram quitados. O valor será pago em dez parcelas anuais, principalmente após 2030.
Além disso, a companhia registrou R$ 113 milhões em créditos fiscais relacionados ao programa REIQ Investimentos e a projetos de modernização industrial, como o Transforma Rio.
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Mercado considera balanço positivo
Para analistas da Ativa Investimentos, o balanço foi considerado positivo no top line (receita), mas ainda pressionado por custos mais altos. O lucro foi impactado por despesas financeiras e pela volatilidade da indústria petroquímica global.
A casa manteve recomendação neutra para o papel, com preço-alvo de R$ 22, o que representa potencial de alta de 17,2%.
Já a XP Investimentos avaliou o resultado como em linha com as expectativas, destacando a recuperação gradual das margens e o avanço da integração operacional. A corretora, porém, manteve visão neutra no curto prazo, citando desafios estruturais e incertezas sobre o novo ciclo do setor.









