Geladeiras que fazem compras sozinhas parecem luxo, mas são apenas a ponta do iceberg de uma revolução industrial invisível. A infraestrutura que conecta bilhões de dispositivos exige um arquiteto raro, o Engenheiro de IoT (Internet das Coisas), cuja remuneração deve dobrar até 2030 devido à escassez crítica de talentos qualificados.
O que faz um Engenheiro de IoT?
O Engenheiro de IoT é o profissional híbrido que constrói a ponte entre o mundo físico e o digital. Ele desenvolve sistemas onde sensores coletam dados de máquinas, carros ou eletrodomésticos e os enviam para a nuvem. Portanto, sua função é garantir que objetos “mudos” passem a “falar” e a tomar decisões inteligentes.
Esse especialista precisa dominar tanto o hardware (placas e sensores) quanto o software (código e dados). Em uma fábrica moderna, por exemplo, ele programa robôs para avisarem antes de quebrarem. Consequentemente, ele evita prejuízos milionários na indústria, tornando-se uma peça fundamental para a eficiência operacional.

Por que o salário vai disparar?
A expansão da rede 5G permitiu que tudo, desde marcapassos até tratores, esteja conectado à internet simultaneamente. No entanto, as universidades não formam profissionais com essa competência mista na velocidade necessária. Sendo assim, a lei da oferta e demanda forçará uma valorização agressiva dos salários nos próximos anos.
Empresas tradicionais, como a WEG ou montadoras de carros, agora competem pelos mesmos talentos que as big techs. A complexidade de integrar segurança cibernética com eletrônica restringe ainda mais o número de candidatos aptos. Por isso, as projeções indicam que a remuneração média dobrará para atrair e reter esses engenheiros.
Quais habilidades são obrigatórias?
Entrar nessa área exige um perfil técnico curioso e multidisciplinar, fugindo da especialização estreita. O profissional deve saber programar em linguagens de baixo nível, como C++ ou Python, para otimizar o processamento nos dispositivos. Além disso, entender de protocolos de rede sem fio é vital para garantir a comunicação dos dados.
A segurança da informação aplicada a dispositivos físicos é outra competência que vale ouro. Hackear um computador é perigoso, mas hackear um carro autônomo ou uma bomba de insulina é fatal. Enfim, a responsabilidade sobre a integridade física dos usuários justifica os altos pagamentos.
Comparativo de projeção salarial
A valorização dessa carreira deve superar a média do mercado de TI geral devido à especificidade do conhecimento. O resumo das informações pode ser visualizado na tabela a seguir, que projeta o crescimento estimado:
| Cargo em IoT | Salário Médio Atual (Sênior) | Projeção para 2030 |
| Engenheiro de IoT | R$ 12.000 – R$ 18.000 | R$ 24.000 – R$ 35.000 |
| Arquiteto de Soluções Conectadas | R$ 15.000 – R$ 22.000 | R$ 30.000 – R$ 45.000 |
| Especialista em Segurança IoT | R$ 14.000 – R$ 20.000 | R$ 28.000 – R$ 40.000 |
Onde estão as maiores oportunidades?
O agronegócio brasileiro, conhecido como Agrotech, é um dos maiores compradores dessa tecnologia para monitorar safras. Sensores no solo e em drones permitem o uso preciso de água e fertilizantes, economizando recursos. Dessa forma, engenheiros dispostos a atuar no campo encontram um oceano azul de oportunidades.
As Cidades Inteligentes (Smart Cities) também demandarão exércitos de especialistas para gerenciar semáforos e iluminação pública autônoma. Prefeituras e concessionárias precisarão modernizar a infraestrutura urbana para suportar o crescimento populacional. Sem dúvida, quem construir a cidade do futuro será muito bem pago por isso.

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Como se preparar para 2030?
A graduação em Engenharia Elétrica, Mecatrônica ou Computação é a base sólida necessária. Contudo, a qualificação profissional deve continuar com especializações em sistemas embarcados e análise de dados em tempo real. Acompanhar a evolução dos chips e das redes de comunicação é obrigatório para não ficar obsoleto.
Investir no aprendizado de plataformas de nuvem focadas em IoT, como Azure IoT ou AWS IoT, é um diferencial prático. O mercado busca quem resolve problemas de conectividade agora, não apenas teóricos. Certamente, conectar o mundo será a missão mais lucrativa da próxima década.









