O mercado de câmbio brasileiro continua sob pressão devido ao cenário internacional, com o dólar americano ganhando força no exterior. Especialistas preveem que o mercado poderá testar o patamar dos R$ 5,00 em breve, um importante ponto de venda. Essa tendência de alta do dólar se mantém devido à fragilidade da economia chinesa, decisões de política monetária nos Estados Unidos e preocupações com um possível shutdown no governo americano.
O Dollar Index (DXY), que avalia o desempenho do dólar em relação a outras moedas fortes, atingiu as máximas do dia recentemente, após declarações do presidente da distrital do Federal Reserve em Minneapolis, Neel Kashkari, que sugeriu um risco de aumentos adicionais nas taxas de juros nos Estados Unidos.
O dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Frank Elderson, também contribuiu para a incerteza ao afirmar que os juros na zona do euro podem não ter atingido seu ponto mais alto, devido a preocupações com a economia europeia e riscos inflacionários.
Para Silvio Campos Neto, economista e sócio da Tendências Consultoria, o cenário externo permanece volátil, com poucos eventos de grande impacto previstos para os próximos dias. “Os agentes do mercado estão cautelosos e aguardam indicadores importantes que serão divulgados nos próximos dias, além das declarações de dirigentes do Fed. Podemos esperar alguma acomodação, mas a cautela deve persistir devido às oscilações recentes”, afirmou.
No cenário interno, as questões fiscais, incluindo o impasse dos precatórios, continuam no centro das atenções. Destaque para o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que pode trazer insights sobre as políticas econômicas do governo.
Às 8h44, o DXY apresentava um aumento de 0,21%, atingindo 106,45 pontos. Além disso, o dólar se fortalece em relação às moedas de países emergentes, com destaque para o rublo (+1,43%), rand sul-africano (+0,71%), dólar australiano (+0,47%) e peso mexicano (+0,30%).
No encerramento do pregão anterior, o dólar à vista fechou cotado a R$ 4,9871, marcando o maior valor de fechamento desde 1º de junho, quando atingiu R$ 5,0064.
Imagem: Domínio Público