O mercado financeiro viveu mais um dia desafiador, refletindo uma tendência negativa também em Nova York. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, costurou sua quarta perda consecutiva, encerrando com uma queda de 1,49%, chegando aos 114.193,43 pontos. Essa marca representa o menor nível desde 5 de junho, quando estava em 112.696,32 pontos. Neste cenário de oscilação, o mercado brasileiro enfrentou um aumento na volatilidade em relação ao dia anterior.
Aumento do volume de negociações e resultados semanais
O volume de negociações aumentou consideravelmente, atingindo R$ 23,0 bilhões na sessão. Na análise semanal, o Ibovespa acumulou uma queda de 1,56%, indo para o vermelho também no acumulado do mês (-1,34%). No entanto, no acumulado do ano, o índice ainda registra um ganho de 4,06%. Nos Estados Unidos, as perdas foram de 1,14% para o Dow Jones, 1,47% para o S&P 500 e 1,57% para o Nasdaq.
Desempenho das principais empresas brasileiras
Apesar do aumento de 0,7% no preço do petróleo Brent, chegando perto de US$ 94 por barril, a Petrobras enfrentou uma queda nas ações (ON -2,76%, PN -2,31%, ambas nas mínimas do dia no fechamento), reduzindo os ganhos de cerca de 5% que sustentaram no mês. A Vale também teve um dia desfavorável, com queda de 1,56%, assim como os grandes bancos, incluindo Bradesco (ON -1,45%, PN -1,06%), BB (ON -1,42%) e Itaú (PN -1,48%).
Ganhadores no Ibovespa
Do lado positivo do Ibovespa, destacaram-se as ações da Eletrobras (PNB +1,88%, ON +0,92%) após a troca de CFO (Chief Financial Officer, principal executivo da área de finanças), uma mudança que foi bem recebida pelo mercado. Além disso, BRF (+2,79%) e Casas Bahia (+1,69%) também apresentaram ganhos. Em meio a 86 papéis, apenas dez da carteira Ibovespa fecharam o dia com valorização.
Mudanças na Eletrobras e preocupações com a China
Em um movimento surpreendente, a Eletrobras anunciou a renúncia de Elvira Presta ao cargo de vice-presidente financeira e de relações com investidores da companhia. Ela será substituída por Eduardo Haiama, e o motivo dessa decisão não foi divulgado no comunicado da empresa de energia. Elvira Presta ocupava esse cargo desde 2019.
Desafios na economia chinesa e aversão ao risco global
No cenário global, a preocupação em relação às commodities foi evidenciada pelo fechamento em baixa de 1,64% do contrato futuro de minério de ferro mais negociado, com vencimento em janeiro de 2024, chegando a US$ 115 por tonelada, em Dalian. Essa queda está relacionada à desaceleração do ritmo de atividade econômica na China, um grande comprador de commodities.
Cautela dos investidores e ata do Copom
O mercado financeiro também demonstrou cautela em relação à China devido ao ressurgimento de temores em relação ao setor imobiliário chinês, que tem um peso significativo no PIB da segunda maior economia do mundo.
Outro fator que contribuiu para a queda no mercado foi a ata do Copom, divulgada na manhã desta terça-feira. A ata reforçou a postura cautelosa do Banco Central, indicando a continuidade do ritmo de cortes da taxa Selic em meio ponto percentual até o final do ano. Isso significa que a taxa básica de juros deve encerrar 2023 em 11,75% ao ano.
Aumento da volatilidade nos mercados internacionais
Nos mercados internacionais, os juros de mercado continuam a subir, aumentando a volatilidade. O índice VIX, conhecido como o “índice do medo” em Nova York, atingiu níveis que não eram vistos há algum tempo, refletindo a aversão global ao risco.
A piora na curva de juros, que se estende desde a semana passada, também contribuiu para a preocupação dos investidores. Isso ocorreu após uma postura mais rígida do Federal Reserve na decisão de política monetária da semana anterior.
Impacto nos mercados e preocupações nos EUA
No cenário nacional, o IPCA-15 referente a setembro, divulgado pelo IBGE, não teve um impacto significativo. A inflação se manteve controlada, com aumentos leves nos serviços, mas com núcleos desacelerando. Esse cenário é visto como uma boa notícia pelos economistas.
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