O dólar teve uma jornada agitada hoje no mercado doméstico, registrando uma queda pela manhã, aparentemente relacionada a movimentos de realização de lucros. No entanto, a moeda ganhou força durante a tarde devido ao aumento da aversão ao risco no cenário internacional e ao avanço das taxas dos Treasuries. Ao final das negociações, o dólar rompeu a marca de R$ 4,99 e atingiu a máxima de R$ 4,9936, encerrando o dia com alta de 0,42% e cotado a R$ 4,9871. Esse é o maior valor de fechamento desde 1º de junho, quando estava em R$ 5,0064.
Influências externas impactam o mercado
A oscilação do dólar hoje foi fortemente influenciada por fatores externos. Além da agenda doméstica, que incluiu a divulgação do IPCA-15 de setembro e a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, o cenário internacional desempenhou um papel crucial na formação da taxa de câmbio.
Entre as preocupações que pesaram nos mercados globais estão os temores relacionados ao setor imobiliário chinês e a perspectiva de juros elevados nos Estados Unidos, impulsionada pelo aumento dos preços do petróleo. Além disso, cresce a apreensão com uma possível paralisação parcial do governo americano devido ao impasse no Congresso dos EUA para a aprovação do orçamento.
Impacto nos investimentos
Com a busca global por dólar, o índice DXY registrou um forte aumento ao longo do dia, atingindo a marca de 106,261 pontos. As moedas de países emergentes e exportadores de commodities, incluindo o real brasileiro, sofreram desvalorização em relação à moeda americana.
Além disso, as taxas dos Treasuries também tiveram um papel relevante nesse cenário, com a taxa da T-note de 30 anos superando 4,7% pela primeira vez em mais de 12 anos. O retorno da T-note de 10 anos ultrapassou a barreira de 5,55%. Indicadores econômicos americanos divulgados no dia, como a confiança do consumidor e as vendas de moradias novas, decepcionaram, gerando incertezas sobre a recuperação da maior economia do mundo.
Inflação brasileira sob controle
Em meio a essas turbulências, o IBGE divulgou que o IPCA-15 acelerou de 0,28% em agosto para 0,35% em setembro. Embora o resultado tenha ficado ligeiramente abaixo das estimativas, especialistas avaliam que o índice demonstra uma composição benigna da inflação, com núcleos em arrefecimento e menor difusão.
Imagem: Piqsels