A tecnologia de pagamento por aproximação (NFC) trouxe agilidade, mas também abriu portas para uma modalidade de furto silenciosa conhecida como o “golpe da maquininha”. Criminosos aproveitam aglomerações em transportes públicos, shows e feiras para debitar valores de cartões guardados em bolsos ou bolsas, sem que a vítima perceba a ação.
Como funciona o furto por aproximação em multidões?
Os golpistas configuram uma máquina de cartão para cobrar valores que não exigem senha (geralmente abaixo de R$ 200,00). Em locais cheios, eles se aproximam da vítima e encostam a máquina discretamente na bolsa, mochila ou no bolso da calça onde o cartão está guardado.
A transação é processada em segundos através do tecido ou couro da carteira. Muitas vezes, a vítima só descobre o prejuízo horas ou dias depois, ao conferir o extrato bancário ou receber uma notificação de compra no celular.

Existe risco mesmo com o cartão bloqueado ou na carteira?
Sim, o sinal NFC pode atravessar materiais comuns como jeans e tecidos finos. Se a função estiver ativa, o cartão está sempre “pronto” para responder a um terminal de pagamento.
Além do furto direto, existe o golpe da “falsa falha”: em comércios, o vendedor diz que a aproximação falhou e pede para inserir o cartão. Nesse momento, ele pode usar um dispositivo adulterado para clonar os dados ou trocar seu cartão por outro sem você ver.
Quais medidas simples protegem seu dinheiro?
A proteção mais eficaz é o gerenciamento da tecnologia. A maioria dos bancos permite ajustar o limite para transações sem senha ou desativar totalmente a função por aproximação através do aplicativo.
Para quem prefere manter a função ativa, o uso de carteiras com proteção RFID (que bloqueiam o sinal) é uma barreira física eficiente. Outra dica vital é manter notificações de compra ativas no celular para identificar e contestar débitos suspeitos imediatamente.

Como diferenciar o uso seguro do risco iminente?
Saber onde e como usar o cartão é fundamental. A tabela abaixo ajuda a identificar comportamentos de risco e práticas seguras no dia a dia.
| Comportamento de Risco (Sinal Vermelho) | Prática Segura (Proteção) |
| Deixar o cartão no bolso de trás da calça em shows. | Usar doleira ou bolso interno com zíper. |
| Manter o limite de aproximação no valor máximo. | Reduzir o limite sem senha para valores baixos (ex: R$ 50). |
| Entregar o cartão para o vendedor aproximar. | Nunca entregar o cartão; aproxime você mesmo. |
Notei uma compra indevida, o que devo fazer?
Se identificar uma cobrança que não fez, bloqueie o cartão imediatamente pelo aplicativo do banco. Entre em contato com o suporte para contestar a compra (chargeback), informando que se trata de uma fraude por aproximação não autorizada.
Formalizar o ocorrido é crucial:
- Faça um Boletim de Ocorrência (B.O.) eletrônico citando o local provável do golpe.
- Anote o nome fantasia que aparece no extrato da compra fraudulenta, pois isso ajuda a polícia a identificar a maquininha usada.
- Solicite ao banco uma segunda via do cartão com numeração diferente para evitar novas tentativas.







