A arrecadação do governo com impostos somou R$ 226,753 bilhões em novembro, alta real de 3,75% em relação a novembro de 2024 — já descontada a inflação. O resultado ficou acima da mediana das estimativas do mercado, de R$ 224,2 bilhões, segundo informações do Projeções Broadcast.
Em outubro, a arrecadação havia sido de R$ 261,908 bilhões. Na comparação mensal, houve queda real de 13,34%. Segundo a Receita Federal, a retração é explicada pelo pagamento, em outubro, da primeira cota ou cota única do Lucro Presumido e do Balanço Trimestral.
Entre janeiro e novembro, a arrecadação somou R$ 2,594 trilhões. O montante representa crescimento real de 3,25% em relação ao mesmo período de 2024.
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IOF cresce quase 40% em um ano
Um dos destaques de novembro foi a arrecadação com o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que somou R$ 8,614 bilhões, um crescimento real de 39,95% em relação a novembro de 2024.
Até novembro, a arrecadação com IOF chega a R$ 77,552 bilhões, crescimento real de 19,88% na comparação anual.
O avanço ocorre após decretos que elevaram alíquotas do imposto, parte deles mantida por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A Receita Federal aponta impacto maior das operações de saída de moeda estrangeira e de crédito para pessoas jurídicas, após mudanças na legislação.
Receita previdenciária
A arrecadação previdenciária atingiu R$ 58,358 bilhões em novembro, com crescimento real de 2,77%. O desempenho foi influenciado pela alta real de 4,15% da massa salarial.
Também houve aumento de 20,75% nas compensações tributárias com débitos previdenciários em relação a novembro de 2024. Além disso, entrou em vigor a reoneração escalonada da contribuição patronal dos municípios e da folha de pagamentos a partir de janeiro de 2025.
No acumulado do ano, a receita previdenciária chegou a R$ 641,952 bilhões, com alta real de 3,10%.
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PIS/Pasep e Cofins
A arrecadação de PIS/Pasep e Cofins somou R$ 49,666 bilhões, com crescimento real de 3,15%. O resultado ocorreu apesar da queda de 0,32% no volume de vendas do varejo, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC-IBGE).
Por outro lado, houve alta de 2,16% no volume de serviços, conforme a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS-IBGE). A Receita destacou desempenho positivo de instituições financeiras, serviços de informação e fabricação de equipamentos de informática e eletrônicos.
Até novembro de 2025, PIS/Pasep e Cofins arrecadaram R$ 528,852 bilhões, com crescimento real de 2,79%, influenciado pelo avanço do setor de serviços e pela retração no volume de vendas.
IR sobre aplicações financeiras
O Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre capital totalizou R$ 10,913 bilhões em novembro, alta real de 6,76%. O principal fator foi o aumento nominal de 29,23% na arrecadação com aplicações de renda fixa de pessoas físicas e jurídicas.
Parte desse movimento ocorreu durante a vigência da Medida Provisória 1.303, que alterava regras de tributação sobre investimentos financeiros. O texto foi derrubado pelo Congresso em outubro, mas ficou em vigor por mais de três meses.
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Renúncias fiscais
As renúncias fiscais somaram R$ 10,041 bilhões em novembro, queda nominal de R$ 120 milhões frente ao mesmo mês de 2024. No acumulado de 2025, as desonerações totalizaram R$ 111,043 bilhões, valor inferior ao registrado no ano anterior.
O governo busca reduzir gastos tributários. Um projeto de lei complementar aprovado pelo Congresso prevê economia estimada entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões a partir de 2026.


