O dólar à vista apresentou um cenário volátil nesta sexta-feira (22), encerrando o dia cotado a R$ 4,9325 (-0,05%). Após iniciar o dia próximo ao patamar de R$ 4,90, o dólar desacelerou seu ritmo de baixa à tarde, ficando bem próximo da máxima registrada no dia (R$ 4,9335).
Essa movimentação foi influenciada por fatores externos e pela divulgação de medidas de estímulo econômico na China. Para os investidores, essa oscilação traz implicações significativas.
Impacto das decisões do Federal Reserve e do mercado chinês
Operadores destacam que, após o aumento de 1,13% no dia anterior, era esperada uma correção parcial do dólar no mercado doméstico. Isso inclui a realização de lucros e o desmonte de posições defensivas. Na semana, o dólar acumulou ganhos de 1,21%, seguindo a tendência global de fortalecimento da moeda e do aumento das taxas dos Treasuries de longo prazo. As moedas latino-americanas, que também tiveram um bom desempenho frente ao dólar em 2023, sofreram perdas durante a semana, com destaque para a queda de mais de 1,5% do peso colombiano.
Mensagem clara do Federal Reserve
O Federal Reserve, principal banco central dos Estados Unidos, em sua última decisão de política monetária na quarta-feira, 20, sinalizou que as taxas de juros devem permanecer elevadas por um longo período, com a possibilidade de um aumento adicional que pode levar os juros além da faixa entre 5,25% e 5,50%. Dirigentes do Fed reiteraram essa perspectiva, destacando que a decisão está condicionada aos indicadores econômicos.
Real sustentado por fluxo comercial e juros locais
Apesar da depreciação do dólar durante a semana, o real acumula uma baixa de apenas 0,38% em setembro e não ultrapassou a marca psicológica de R$ 5,00 no fechamento. Isso se deve ao fluxo comercial expressivo e às taxas de juros locais elevadas, que tornam custoso o carregamento de posições em dólar e atraem capital estrangeiro para operações de carry trade.
Política monetária brasileira
Após reduzir a taxa Selic em 0,50 ponto percentual para 12,75% na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) deixou claro que não pretende acelerar o ritmo de cortes nos próximos meses. Isso contribui para manter a atratividade da renda fixa brasileira, mesmo com a redução do diferencial de juros interno e externo.
Imagem: Piqsels