Todos que investem ou que querem investir na Bolsa de Valores já se perguntaram: como encontrar as melhores ações? As variáveis são muitas, mas o Monitor do Mercado vai te ajudar a responder à pergunta do milhão.
O mercado de renda variável vem crescendo de forma impressionante nos últimos anos. Em 2017, eram cerca de 600 mil pessoas investindo na Bolsa, em 2021 a B3 atingiu a marca histórica de 3,8 milhões de investidores, um aumento de 366%.
E isso não é em vão. Nesses mesmos cinco anos, o principal indicador da nossa Bolsa, o Ibovespa, subiu 72%.
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Ele mede o desempenho médio das principais ações negociadas no Brasil, ou seja, quando o Ibovespa está em alta, significa que os principais papéis estão em tendência de alta. Um ótimo investimento cresce mais que o índice, mas isso não significa que todos os papéis subirão mais que o Ibovespa.
O mercado acionário está cheio de oportunidades e de portas abertas para novos investidores. Mas é preciso saber o caminho para evitar as armadilhas.
Esse tipo de investimento é chamado de Renda Variável por um motivo óbvio: seus preços oscilam e não é possível prever com exatidão quanto estará valendo uma ação daqui a dois meses ou daqui a seis anos. Mas a lógica é que a economia sempre crescerá no longo prazo, beneficiando as empresas que estão bem posicionadas para surfar as novas ondas.
Identificar essas empresas é o maior desafio para os investidores, mas o Monitor do Mercado falou com especialistas para apontar o caminho das pedras.
EM QUE TIPO DE EMPRESA INVESTIR?
Primeiro, é essencial entender que risco você, como investidor, está disposto a assumir. Na Bolsa existem as Blue Chips, Small Caps, Mid Caps e até mesmo as Micro Caps.
As Blue Chips são empresas cujas ações têm grande liquidez, normalmente são vinculadas a empresas tradicionais, bem estabelecidas no mercado, com alto capital. Ações com grande liquidez seriam ações que são facilmente convertidas em dinheiro, ou seja, que têm alto volume de negociação na Bolsa.
O nome Blue Chip vem da ficha mais valiosa do jogo de poker, a azul, o que se traduz no mercado, porque geralmente essas ações custam mais caro do que outros ativos.
Já as Small Caps são ações de empresas que têm um capital muito menor que as Blue Chips, suas ações normalmente são mais baratas e possuem menor liquidez. Não há um padrão para que tipo de empresas ou que setor estão as Small Caps, mas normalmente elas são associadas a startups, tecnologias e setores menos tradicionais. As Micro Caps seriam as ainda menores e com menos liquidez.
Já as Mid Caps são as empresas no intervalo entre Blue Chips e Small Caps, não tendo uma liquidez alta o suficiente para serem Blue Chips, mais ainda assim apresentando um números de negociações significativo, também não podendo ser classificadas como Small Caps.
Quanto mais capital a empresa tem, teoricamente, menor a variação dela caso ocorra um evento casual, e vice-versa. Por exemplo, caso uma Blue Chips faça uma aquisição de uma empresa que custa 30 milhões, a probabilidade de isso afetar o preço de sua ação de forma significativa é baixo. Para uma Small Cap, entretanto, uma aquisição costuma afetar a negociação de seus papéis no mercado.
Isso significa que Small Caps são ações de mais risco, mas que também podem te oferecer lucros altos. Já as Blue Chips tendem a variar menos, diminuindo possíveis perdas, mas oferecendo uma margem de lucro menor.
COMO VOCÊ QUER LUCRAR?
Em segundo lugar, o investidor precisa entender como ele quer lucrar. Está investindo para resgatar no curto prazo? Para deixar os papéis lá por muito tempo? Ou apenas para receber dividendos (pagamentos periódicos).
Ações de lucro a curto prazo, ou seja, para serem negociadas no mesmo dia (day trade) ou em poucos dias (swing trade), possuem uma maior volatilidade, sendo recomendável entender o que dizem os gráficos de cotação mais recentes, na chamada análise gráfica dos papéis da empresa, e acompanhar as notícias envolvendo a empresa, seu setor e o mercado como um todo.
Já para ações de lucro a longo prazo, é importante analisar o setor como um todo, quais são as oportunidades? Ele vai crescer? Como está o mercado? E a concorrência? Tudo isso sem deixar de analisar a própria empresa. Uma boa empresa tem os lucros dentro do esperado do mercado, paga suas dívidas em dia, tem uma boa administração etc.
Por último, mas definitivamente não menos importante, há como ganhar com dinheiro com dividendos, na chamada “geração de renda passiva”. Dividendos são, de forma simplificada, a distribuição do lucro da empresa entre os acionistas. Esse valor, pode parecer pequeno, por serem centavos por cada ação, mas há diversas empresas que oferecem bons rendimentos no investimento desse tipo no longo prazo.
COMO ANALISAR UMA AÇÃO
Para entender uma empresa e seu papel no mercado, existem dois grandes meios: fazer uma análise técnica (ou gráfica) ou uma análise fundamentalista.
Uma análise técnica procura estudar o mercado a partir das variações dos papéis na Bolsa. Ou seja, identificar padrões gráficos dentro da volatilidade do papel e, a partir disso, entender como ele vai se movimentar posteriormente.
Essa análise proporciona o investidor a conseguir analisar um volume maior de oportunidades em menos tempo
Já uma análise fundamentalista procura entender o funcionamento da empresa. Para tal, o investidor estuda balanços, capital, lucro, gestão da empresa, como está o setor, como está a concorrência, se a empresa trabalha com uma matéria prima qual é o seu preço e sua tendência etc, para assim prever se haverá ou não um crescimento dos papéis.
Essa análise exige do investidor mais tempo e cautela, apesar de ser mais acessível para aqueles que não conhecem os padrões gráficos.
Fazer ambas análises, é claro, é o mais usado para quem busca segurança nas suas apostas.
AFINAL, EM QUE EMPRESAS DEVO INVESTIR?
Agora que você já sabe que risco você quer correr, como você quer lucrar, e como entender as perspectivas do mercado, é hora de olhar com lupa suas opções.
São mais de 400 empresas inscritas na Bolsa e é bem complicado avaliar uma por uma. Por isso, você pode ‘pescar’ algumas dicas de bancos como o BTG Pactual, a XP Investimentos e a EasyInvest, e casas de análise, como Eleven, Suno ou Empiricus.
Esses players divulgam carteiras recomendadas de dividendos, small caps, blue chips, além de carteiras semanais e mensais.
Olhar que empresas estão nessas carteiras, quais se encaixam no seu perfil de investidor, quais têm boas perspectivas para o tempo em que você quer investir é um ótimo caminho para procurar as melhores ações para você.
*Imagens: Unsplash.com e Piqsels.com