Os juros futuros encerraram o dia em baixa moderada, acompanhando o cenário internacional marcado pelo alívio nos rendimentos dos Treasuries e a queda do dólar, após a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos em agosto. Este movimento tem potenciais implicações para os investidores atentos ao mercado financeiro.
A leitura do CPI americano, que ficou em +0,6%, em linha com as estimativas, mas com o núcleo avançando ligeiramente acima do esperado (+0,3% em vez de +0,2%), foi um dos fatores que impactaram o mercado. A alta dos preços da gasolina (+10,6%) foi o principal responsável por esse resultado.
Internamente, no Brasil, o IPCA de agosto, divulgado recentemente, também teve seu efeito sobre as taxas de juros futuros, especialmente nos vencimentos intermediários.
Tendências no mercado de Juros Futuros:
- O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 caiu para 10,380%, de 10,412% no dia anterior.
- O DI para janeiro de 2026 registrou taxa de 10,01%, ante 10,04% no ajuste anterior.
- O DI para janeiro de 2027 projetou uma taxa de 10,24%, em comparação com 10,29%.
- O DI para janeiro de 2029 registrou uma taxa de 10,80%, em relação a 10,83%.
Tendências na América e no Brasil:
A preocupação com a pressão dos preços dos combustíveis tem se intensificado, principalmente devido à escalada recente dos preços do petróleo. No entanto, hoje houve uma queda nos preços do petróleo, o que pode ter contribuído para o fechamento da curva americana de juros. As expectativas predominantes eram de que a taxa dos fed funds nos EUA permaneça entre 5,25% e 5,50% até o final do ano.
A melhora do câmbio também teve um papel importante, com o dólar à vista recuando 0,72% para R$ 4,9173 no fechamento. Essa tendência cambial é especialmente relevante diante da possibilidade de um novo reajuste nos preços dos combustíveis.
Perspectivas futuras
A dinâmica do mercado de juros futuros está intrinsecamente ligada às expectativas de inflação e à política do Banco Central. A leitura favorável dos preços de abertura e os núcleos e serviços do IPCA têm influenciado as apostas de um aumento mais robusto na taxa Selic, podendo chegar a 0,75 ponto percentual em agosto.
O Itaú Unibanco, em seu relatório recente, reduziu sua projeção para a taxa Selic no final deste ano de 11,75% para 11,50% e agora espera um aumento mais acentuado na queda da taxa Selic em dezembro, para 0,75 ponto percentual. Além disso, o banco ajustou sua expectativa de Selic para o final de 2024, de 9,50% para 9,00%.
Imagem: Piqsels