O ministro da Economia Paulo Guedes está sob a mira de servidores que têm ameaçado entrar em greve desde que o presidente Jair Bolsonaro prometeu dar aumento salarial para policiais. Agora, com a faca no pescoço, Guedes vê sua pasta perder metade do Orçamento este ano.
Isso porque o Congresso cortou 52% da verba destinada ao Ministério da Economia no Orçamento de 2022. No total, pasta de Paulo Guedes perdeu R$ 2,5 bilhões durante a tramitação do Orçamento no Legislativo.
Segundo publicado pela Folha de S.Paulo, o corte pode comprometer as atividades do Ministério da Economia já no primeiro semestre do ano, enquanto pastas como Cidadania, Desenvolvimento Regional e Infraestrutura tiveram aumento da verba ou pequenos cortes.
O levantamento não conta com a verba para o Censo Demográfico, que foi blindada por decisão do Supremo Tribunal Federal, de forma que não poderia ser modificada pelo Congresso.
O corte vem justamente quando servidores da Receita Federal e do Banco Central entregam cargos e ameaçam entrar em greve, exigindo aumento salarial.
Dar um aumento para servidores, no entanto, já foi comparado por Guedes ao desastre de Brumadinho: “pequenos vazamentos sucessivos até explodir a barragem”.
O ministro analisa que um reajuste salarial para qualquer servidor público vai aumentar a inflação, com a explosão do teto de gastos – algo que vem preocupando o mercado.
“SEM ISTO, reajuste geral para funcionalismo é INFLAÇÃO SUBINDO, BRUMADINHO E MACRI nas eleições!”, afirmou, em mensagem.
O governo federal já prometeu que dará um aumento à Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e ao Departamento Penitenciário. Guedes é contra, e diz que os reajustes só deveriam ser feitos caso a reforma administrativa avance, o que representaria, de acordo com o ministro, uma economia de R$ 30 bilhões por ano.
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