Nesta quarta-feira (5/1), o presidente do Cazaquistão, Kassim-Jomar Tokaiev, cortou a internet do país, colocando não só o Estado fora do mapa virtual, mas afundando o valor do Bitcoin.
A atitude do presidente foi em resposta aos sucessivos protestos que vinham crescendo desde domingo (2/1). O gatilho da movimentação, inclusive, foi o aumento dos preços dos combustíveis.
Ao desligar a internet, o mundo perdeu seu segundo maior minerador de Bitcoin, atrás somente dos Estados Unidos. Isso resultou na queda de 27.670 pentahashes por segundo (PH/s) e a velocidade do processo chegou a cair 13,4%, de acordo com a YCharts.
Com isso, foi ao chão o hash rate do Bitcoin. Trata-se do cálculo do poder do computador e da rede. Teoricamente, quanto maior o hash rate, mais segura e eficiente está a rede, com mais mineradores competindo pelo bloco da cripto. Essa taxa acaba por ser um indicador da demanda de Bitcoin.
Quando Tokaiev cortou a internet, a circulação do Bitcoin caiu ─ mesmo que esse não seja necessariamente um movimento orgânico do mercado (ou seja, não foi por causa de oferta e demanda da criptomoeda por investidores). Em menos de 6 horas, no dia 4, a moeda perdeu 7,3% do seu valor de mercado, o equivalente a R$ 19,6 mil.
Às 11h50 desta quinta-feira (6/1), o Bitcoin está custando R$ 245.598,36, em baixa de 1,16% no dia.
Quanto à situação do Cazaquistão, as expectativas não são promissoras. O governo cazaquistanês já pediu reforço armado da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO). Rússia e Tajiquistão já concordaram com o pedido e estão a postos, de acordo com analistas internacionais.