Nesta quarta-feira (23), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que encaminhou uma proposta para garantir que as exportações brasileiras para a Argentina sejam pagas em yuan chinês. As informações são da CNN Brasil.
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“Nós já encaminhamos para o governo argentino uma proposta de garantia, em yuan, das exportações brasileiras. Isso inclui a garantia do Banco do Brasil de fazer o câmbio para reais a partir desta garantia”, afirmou Haddad.
O valor da garantia do Tesouro Nacional pode girar em torno de US$ 100 milhões e US$ 140 milhões.
A proposta, segundo o ministro, é boa para os exportadores brasileiros, que vêm enfrentando dificuldades para fechar negócios com os argentinos pela falta de dólares e queda do peso.
Como funcionaria?
A Argentina faria os pagamentos em yuan chinês, que seriam convertido pelo Banco do Brasil, em Londres. Sendo assim, os exportadores brasileiros, receberiam os devidos pagamentos diretamente em real.
Risco de calote?
Haddad afirmou que a ideia também tranquiliza o Tesouro Nacional de que não há risco de um default, ou seja, um calote por parte da Argentina.
A garantia dos, até US$ 140 milhões, será dada pelo Tesouro Nacional, apenas para os exportadores brasileiros, não se tratando de uma injeção direta de recursos na Argentina.
Essa garantia só seria acionada se houvesse calote dos argentinos em yuan.
Acordo entre Brasil e China impacta exportadores
Em abril deste ano, Brasil e China assinaram um acordo que permite transações diretas usando as moedas dos dois países. Mas isso não significa o fim da economia dolarizada. Nem que vendedores chineses vão receber em real ou brasileiros receberão em yuan (ou renmimbi).
O novo pacto é diferente do assinado em 2013, feito para casos de crise da balança de pagamentos — e nunca utilizado.
Agora, o benefício é muito mais direto, como explica Fernando Canutto, advogado especializado em Direito Societário e Direito Empresarial e sócio do Godke Advogados.
Quem quiser fazer contratos com a China não precisará passar pelo sistema Swift. Ou seja: transações que antes eram feitas pela troca do real para dólar e depois para yuan, serão diretamente real-yuan.
Para Canutto, “a tendência é de que os contratos sejam mais simples” e as transações possam ocorrer em qualquer hora do dia ou da noite.
Imagem: Agência Brasil










