O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu hoje a criação de uma “Moeda de Comércio Exterior” para facilitar as transações comerciais entre o Brasil e a China, em substituição ao dólar. Durante sua participação na reunião de Cúpula dos Brics, realizada em Joanesburgo, Lula destacou a possibilidade de fortalecer as relações comerciais com a China utilizando uma moeda própria, afirmando que ambos os países possuem dimensões econômicas capazes de sustentar essa alternativa.
Lula explanou, durante o programa “Conversa com o Presidente”, uma iniciativa de transmissões semanais realizada pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que a criação da “Moeda de Comércio Exterior” eliminaria a necessidade de se valer do dólar nas negociações com a China. Ele salientou que o Brasil e a China têm recursos suficientes para conduzir seus negócios na moeda local ou em uma unidade de conta específica, reduzindo assim a dependência da flutuação do dólar.
Para viabilizar essa proposta, Lula mencionou a importância dos Bancos Centrais em ajustar as medidas necessárias para a implementação da nova moeda. O presidente também reiterou a relevância de evitar a dependência excessiva de uma única moeda estrangeira e destacou a criação da “Moeda de Comércio Exterior” como um passo significativo para a independência econômica.
Além disso, Lula ressaltou o desejo de expandir o bloco dos Brics, mencionando explicitamente a Argentina como um possível novo membro. Essa iniciativa, segundo o presidente, fortaleceria a cooperação e permitiria a inclusão de mais nações com potencial econômico e estratégico, buscando ampliar a influência do grupo no cenário global.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conduziu a entrevista dentro do programa “Conversa com o Presidente”, mantendo o compromisso de comunicação semanal com a população mesmo quando em viagens internacionais. Sua proposta de criar uma “Moeda de Comércio Exterior” como alternativa ao dólar nas transações com a China promete gerar debates e reflexões sobre a busca por maior autonomia financeira e estreitamento de laços entre as nações do bloco dos Brics.
Imagem: Agência Brasil/Ricardo Stuckert