A Faculdade de Medicina da Ulbra está retomando o processo de leilão, avaliado em R$ 700 milhões, após uma decisão do desembargador Niwton Carpes da Silva, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS). O magistrado afirmou que os trâmites da venda do curso de Medicina da instituição não apresentam irregularidades e devem prosseguir.
A decisão foi proferida em resposta a um recurso movido pela Aelbra, mantenedora da universidade. O leilão havia sido suspenso anteriormente por um juiz substituto em Canoas (RS). A medida reacende as perspectivas para investidores interessados nesse mercado.
A decisão do desembargador enfatizou que o plano de recuperação judicial da Ulbra foi legitimamente proposto e aprovado por mais de 90% dos credores em assembleia geral. Ele também ressaltou que o plano passou por uma série de avaliações, incluindo a sindicância da comunidade de credores, avaliação dos Administradores Judiciais e aprovação do Ministério Público.
O desembargador abordou pontos que haviam sido alvo de suspeitas nas últimas semanas, esclarecendo informações equivocadas sobre a instituição financeira e parceiros de negócios. Ele reforçou que o foco deve permanecer na reestruturação da universidade e na superação da crise histórica que ela enfrenta.
A decisão do desembargador Niwton Carpes da Silva salientou que a recuperação judicial tem como objetivo prioritário o pagamento dos credores e a reabilitação da empresa em dificuldades financeiras. Ele destacou que não é o ambiente adequado para debates sobre a troca de controle acionário da Aelbra ou outras questões secundárias.
A retomada do leilão também levanta a questão sobre a arrematação da UPI UMESA (curso de Medicina) pelo Fundo Calêndula, um dos credores. O desembargador considerou que não há ilegalidade na aquisição por parte do credor, desde que cumpridos os requisitos legais. Isso pode representar uma oportunidade de investimento para aqueles que buscam entrar no setor educacional.
*Imagem: Piqsels.com