São Paulo, 4 de agosto de 2023 – As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI)
abrem em queda no último pregão da semana, digerindo ainda dados do Payroll, que está gerando
bastante volatilidade nos mercados. Por aqui, no entanto, a aposta é que os DIs estejam em um
movimento de ajuste em relação à curva de ontem.
Na leitura de Leandro Petrokas, diretor de research e sócio-diretor da Quantzed, a queda em toda a
curva de juros por conta de um ajuste pós- Comitê de Política Monetária (Copom). "Não me parece
ser um movimento também muito relacionado com os dados de emprego lá fora e, sim, um ajuste
pós-Copom. A gente vinha numa trajetória de queda de juros depois da reunião e, no dia de ontem,
a gente teve os juros mais longos subindo e hoje um movimento contrário: a ponta longa caindo –
então devolvendo parte da alta de ontem", pondera.
A economia dos Estados Unidos criou 187 mil vagas de trabalho em julho e a taxa de desemprego caiu
para 3,5%, de 3,6% em junho. O número de criação de vagas veio abaixo da projeção dos
analistas, que esperavam 200 mil novos postos de trabalho, assim como a taxa de desemprego, prevista
para ficar em 3,6%.
Petrokas observa que que a queda da taxa de desemprego nos Estados Unidos mostra um mercado de
trabalho aquecido e o que se espera é que haja continuidade por demanda de produtos e serviços,.
Esse movimento, naturalmente, traz expectativa de inflação para o futuro. "Se teremos inflação
para o futuro, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) vai ter que controlar a
inflação por meio da taxa de juros."
"Somado ao fato de que o preço do petróleo subiu recentemente, ou vem subindo, isso já impacta
diretamente o preço da gasolina por lá – então, você teria dois vetores de inflação o que,
naturalmente, pode fazer com que o Fed tenha que subir os juros, apesar dos últimos comunicados ele
não sinalizar por esse lado", lembra.
Por volta das 10h15 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 12,460 % de
12,480% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,465 % de 10,505%, o DI
para janeiro de 2026 ia a 9,930 %, de 9,985 %, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10,070% de
10,135 % na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em baixa, cotado a R$ 4,8673
para a venda.
Camila Brunelli / Agência CMA
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