A Comissão de Valores Imobiliários (CVM) suspendeu a segunda emissão de cotas do fundo imobiliário Suno Energias Limpas (SENL11), que estava prevista para a próxima semana. Segundo a reguladora, foram encontradas irregularidades nas informações sobre a taxa de ingresso da oferta, no valor de R$ 16 por cota.
Segundo a Superintendência de Registro de Valores Mobiliários (SRE), que faz parte da CVM, há um valor sendo cobrado a mais dos investidores que estão ingressando na nova emissão em comparação ao que foi pago pelos cotistas que entraram na primeira remessa.
O valor em questão, seria utilizado para pagar contas referentes ao fundo que as próprias gestoras deveriam arcar, mas, ao que tudo indica, ela está repassando esse valor aos novos cotistas. Em tese, é normal os fundos imobiliários cobrarem a mais para quem não entra na primeira emissão, mas esse valor geralmente vai para o caixa do fundo, de modo que possa gerar mais dinheiro e fazer com que aumente a renda, de certa maneira, voltando para o investidor em forma de rendimento no futuro.
As novas cobranças “[…] contrariam manifestação pretérita do colegiado, mostram-se inconsistente com disposições do regulamento do fundo e contrariam entendimento da área técnica a respeito da sua forma de contabilização”, explica a CVM, em nota divulgada na última quarta-feira (20).
A oferta da SENL11 foi suspensa pelo prazo de até 30 dias, ou seja, os administradores e coordenadores terão até o dia 19 de janeiro para resolver os problemas encontrados, caso não sejam solucionados, a SRE poderá cancelar a oferta em definitivo.
O que a Suno diz?
A Suno, gestora do fundo, disse em nota divulgada ontem (21) que a administradora, gestora e o coordenador líder — a Guide Investimentos — tomarão todas as medidas cabíveis para sanar os “vícios” que levaram à suspensão.
A nota ainda diz haver a possibilidade de revogar os investimentos feitos no prazo de até cinco dias úteis, contabilizando a partir de ontem, 21 de dezembro. Quem optar pela revogação receberá o valor integral que já foi aportado.
O objetivo das cotas emitidas é levantar até R$ 100 milhões para o portfólio do fundo, que é o primeiro FII com foco em energia renovável da B3.