O dólar comercial opera em alta, se recuperando após quatro quedas seguidas e depois de renovar as mínimas em um ano. A elevação acompanha o comportamento externo, com os investidores avaliando ainda a decisão de juros nos Estados Unidos, China e na Europa, além de dados negativos sobre o desempenho da economia chinesa. Internamente, ainda repercute a decisão de ontem da S&P e os dados de serviços.
“Apesar da fala mais leve de Powell na coletiva e dos cortes de juros na China, a previsão de duas altas de juros no relatório do Fed (SEP), a cautela com a decisão do BCE, além de dados fracos na China, leva a quedas nas bolsas globais, com a alta dos juros, em especial nos de curto prazo, pesando na sessão. Commodities operam com ganhos, mesmo com dólar em alta, revertendo parte das perdas de ontem. Por aqui, a apresentação do arcabouço fiscal no Senado deve estar no radar, além da revisão na perspectiva de crédito do país pela S&P, que deve seguir fazendo preço. A abertura do Ibovespa deve ser positiva, enquanto dólar deve abrir sem direcional definido. Nos juros, há espaço para novas quedas, apesar da pressão altista do exterior”, resume a Nova Futura Investimentos, em relatório matinal.
Já a Mirae Asset destaca a revisão da nota soberana brasileira, colocando-a de estável para perspectiva positiva, no rating soberano de BB-. “Haddad vem sendo muito elogiado pela sua capacidade de articulação. Falou dos três poderes, elogiando o esforço coletivo, mas faltou o BCB”, ressalva..
O PBoC reduziu a taxa de juros na China de 2,75% para 2,65%. Nos EUA, o FOMC decidiu manter a taxa de juros entre 5,0% e 5,25%, mas indicou a possibilidade de novos aumentos ao longo do ano. O BCE elevou a taxa em 0,25 ponto percentual.
“Ótima notícia a perspectiva positiva na nossa nota soberana pela S&P. Agora é ver como o arcabouço fiscal deve sair do Senado, assim como as negociações em torno da reforma tributária e o PL do voto de qualidade, no CARF, o que pode trazer um reforço de R$ 50 bi”, completa o relatório da Mirae Asset.
Por volta das 9h40 (horário de Brasília), o dólar comercial subia 0,56%, cotado a R$ 4,842 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em julho de 2023
avançava 0,35%, cotado a R$ 4.850,000.