No dia 29 de julho de 2021, a ação #TRAD3 do TC (antigo TradersClub) atingiu seu ápice histórico, valendo R$ 13,21, um dia após sua estreia na Bolsa. Hoje, a realidade é bem diferente, com o papel sendo negociado a R$ 0,85 (por volta das 12h desta sexta).
Esse cenário reflete a jornada da empresa desde o IPO, quando o mercado estava particularmente otimista, elevando a cotação na estreia. No entanto, de lá para cá, a queima de caixa com aquisições e contratações que não se comprovaram lucrativas abalou a confiança de investidores, explica uma reportagem especial publicada no Broadcast.
O TC, hoje descrito como uma “comunidade de investidores que reúne analistas, especialistas e ferramentas essenciais para quem quer investir melhor e aproveitar as oportunidades da Bolsa de Valores”, teve origem em um grupo de investidores dentro de um aplicativo de mensagens, em abril de 2015. Em 2016, foi transformado em empresa por Pedro Albuquerque Filho (atual CEO), Israel Massa (atual CFO) e Rafael Ferri (que deixou a companhia no ano passado).
Antes do IPO, o TC levantou R$ 72 milhões por meio de debêntures conversíveis, permitindo a aquisição da Sencon, uma calculadora de imposto de renda. A abertura de capital, em julho de 2021, levantou R$ 607 milhões, a um preço de R$ 9,50 por ação. Apesar de próxima ao piso da faixa estimada, a cotação foi considerada inflada devido ao momento positivo do mercado de capitais.
Bolsa em 2021
A Bolsa brasileira, que teve em 2021 o maior número de IPOs desde 2007, viu muitas empresas enfrentarem desvalorizações após a estreia.
O mercado mudou de direção em 2021, especialmente nos últimos três meses, com a economia nacional não se recuperando como esperado, levando o Banco Central a adotar uma política contracionista. Isso afetou empresas sensíveis a juros, como as de tecnologia, incluindo o TC.
O negócio também se mostrou muito dependente do interesse do brasileiro por investimento em Bolsa, o que não aumenta quando os juros estão altos, deixando investimentos seguros, como títulos do Tesouro, bastante rentáveis.
Estratégia para “dar a volta por cima”?
Após o IPO, o TC realizou aquisições e investimentos em tecnologia, aumentando custos e despesas. Em seu balanço do terceiro trimestre de 2023, a empresa registrou prejuízo líquido de R$ 8,8 milhões e queda de 28,3% na receita líquida em relação ao mesmo período de 2022.
Diante da atual situação, o TC diz estar avançando com seu planejamento estratégico visando alcançar o equilíbrio operacional, mas não descarta a possibilidade de realizar um grupamento de ações até o dia 21 de junho de 2024, a fim de garantir que o papel fique acima de R$ 1.
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