Apesar da desaceleração do dólar no mercado internacional durante a tarde, o cenário doméstico não permitiu recuo da moeda americana. No fim da sessão, o dólar encerrou em alta de 0,24%, cotado a R$ 5,09 — o maior valor desde 9 de outubro (R$ 5,13).
Questões técnicas no mercado futuro, como a busca por posições cambiais defensivas e o vencimento de NTN-As (Notas do Tesouro Nacional) na próxima semana, somadas ao aumento da percepção de risco fiscal, influenciaram essa trajetória negativa para o real, conforme operadores.
Pela manhã, o dólar teve uma alta temporária em relação a outras moedas emergentes, influenciado pelos dados de inflação nos EUA e por comentários cautelosos do Federal Reserve. Por outro lado, a inflação ao produtor americano, abaixo das expectativas em março, sugeriu menos pressões inflacionárias futuras.
Contexto global
No cenário internacional, a moeda americana perdeu força à tarde, refletindo um alívio nos rendimentos dos títulos americanos. Essa movimentação é evidenciada pela queda da taxa da T-note de 2 anos para 4,94%, após máxima de 5,00%. O retorno dos Treasuries de 10 anos também caiu para cerca de 4,56%.
Entre os principais pares do real, o dólar recuou em relação ao peso mexicano e ao rand sul-africano. No entanto, em relação ao real brasileiro, o dólar continuou pressionado, evidenciando a fragilidade da moeda nacional frente a outras divisas.
Perspectivas futuras
Operadores alertam para o descompasso entre oferta e demanda por dólar futuro, especialmente com o vencimento expressivo de NTN-A em abril. Esse cenário pode manter a pressão nas cotações do dólar no curto prazo, com implicações relevantes para investidores com exposição cambial.