O dólar comercial fechou em alta de 1,25%, cotado a R$ 5,1852 em dia de forte aversão ao risco, com o mercado cauteloso com a possibilidade de aumento do embate entre Israel e Irã e apostando para um corte nos juros americanos em setembro. A moeda estrangeira oscilou entre a máxima de R$ 5,2149 e mínima de R$ 5,1039.
Esse foi o quarto dia consecutivo de valorização, fazendo a moeda alcançar o maior valor de fechamento em mais de um ano.
Impacto das mudanças fiscais e geopolíticas
Os investidores também reagiram à percepção de um possível enfraquecimento do novo arcabouço fiscal brasileiro, com mudanças nas metas fiscais para os próximos anos. Além disso, a crescente tensão geopolítica no Oriente Médio, especialmente os ataques iranianos recentes e a incerteza sobre a resposta de Israel, contribuíram para aumentar a busca por proteção contra variações cambiais.
Julio Hegedus Netto, economista JHN Consulting, disse que “todos os ativos estão subindo, incluindo as commodities, com a piora do cenário geopolítico. Preocupa o envolvimento de Rússia, China e Estados Unidos no conflito”.
Demanda por hedge cambial
A demanda por hedge cambial foi destacada, com operadores mencionando vencimentos expressivos de NTN-As (títulos atrelados à variação cambial) hoje, além da oferta limitada de swaps cambiais extras pelo Banco Central. Esses fatores contribuíram para pressionar as cotações do dólar nos últimos dias.
Previsões de especialistas
Economistas como Nicolas Borsoi da Nova Futura Investimentos e Cristiano Oliveira do Banco Pine ajustaram suas previsões para a taxa de câmbio, agora prevendo um dólar mais alto até o final do ano. Borsoi observa que a deterioração fiscal doméstica está prejudicando a moeda brasileira, enquanto Oliveira destaca que o desempenho futuro do real estará ligado aos indicadores americanos e ao ciclo de cortes de juros pelo Fed.
Análise do comportamento global do dólar
No cenário global, o índice DXY, que mede o comportamento do dólar em relação a uma cesta de moedas estrangeiras, atingiu máximas recentes, refletindo a força contínua da moeda americana. Entre as moedas emergentes, o real apresentou um dos piores desempenhos em abril, seguindo a tendência de desvalorização frente ao dólar.
Com informações da Agência CMA