O dólar à vista encerrou em queda nesta segunda-feira, impulsionado pela melhora do apetite ao risco global e pelo avanço das ações da Petrobras, seguindo a liberação parcial de dividendos extraordinários.
Após oscilações na sessão, o mercado viu o dólar recuar 0,59%, atingindo o valor de R$ 5,17 no fechamento — o menor nível em mais de uma semana.
Movimentos do mercado
O mercado cambial foi influenciado pela redução das tensões geopolíticas e pelo otimismo externo, que permitiu a realização de lucros no Brasil. Esse cenário positivo também contou com relatos de entrada de fluxo comercial e desmonte de posições defensivas por estrangeiros.
A perspectiva de um possível corte mais moderado da taxa Selic, sinalizado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, adicionou suporte ao real. O JP Morgan revisou sua projeção da taxa Selic para 10% ao fim do ciclo de redução.
Análise técnica
Mesmo após dois dias de queda, o dólar acumula alta de 3,06% em abril e 6,50% no ano. Para Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, a liberação de dividendos da Petrobras trouxe alívio aos investidores, reduzindo parte das preocupações em relação ao governo.
Em entrevista ao Estadão, o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho, destacou que a queda do dólar hoje reflete uma realização de lucros, mantendo uma perspectiva de diferencial de juros atrativo por mais tempo.
Tendências futuras
O mercado agora aguarda a sessão conjunta do Congresso na quarta-feira, que vai apreciar vetos do presidente Lula. A possível derrubada do veto a R$ 5,6 bilhões em emendas de comissão na Lei Orçamentária Anual de 2024 pode impactar o cenário fiscal.
No cenário internacional, o dólar (medido pelo índice DXY) operou em leve baixa, refletindo o desempenho em relação a diferentes moedas. O dólar americano caiu diante das moedas de países exportadores de commodities, mas subiu em relação a emergentes como o peso mexicano e rand sul-africano.