De queridinha dos bancos para recomendação neutra, a Vale agora encontra dificuldade para se manter nas carteiras das principais instituições financeiras mundiais.
No mais recente episódio do podcast “Ligando os Pontos”, Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado, e Maria Júlia Baumert, repórter, discutem sobre as recentes mudanças no cenário político e financeiro envolvendo a mineradora.
O podcast, que analisa tendências e acontecimentos do mercado financeiro, detalha a movimentação do governo do PT e dos grandes investidores em relação à empresa, uma das maiores do setor de mineração e um dos pilares do Ibovespa. O Ligando os Pontos está disponível noYouTubee noSpotify.
São dois grandes incômodos que cercam a mineradora: o governo Lula buscando maior controle sobre a gestão da Vale, com a disputa por influência prometendo se intensificar nos próximos meses, e os investidores estrangeiros demonstrando preocupação com o desempenho da companhia, especialmente devido à volatilidade no preço do minério de ferro.
Essa mudança de perspectiva foi impulsionada pelo recente posicionamento de grandes bancos internacionais, que anteriormente recomendavam a compra dos papéis da Vale, mas agora adotaram uma postura mais cautelosa, alterando sua recomendação para neutra. Um dos motivos principais para essa mudança é a baixa lucratividade do minério de ferro, influenciada pela queda da demanda chinesa.
“Quando os bancos internacionais mudam suas teses em relação ao gigante como a Vale, o nosso mercado sofre – e sofre de verdade”, explica Marcos de Vasconcellos.
Além disso, há preocupações relacionadas às indenizações pendentes decorrentes dos desastres de Brumadinho e Mariana, que continuam a afetar a imagem da empresa.
Resultados do 1º trimestre
Nesta quarta-feira, a Vale S.A. (VALE3) divulgará os resultados do primeiro trimestre de 2024 após o fechamento do mercado.
A teleconferência para detalhar os resultados está marcada para quinta-feira, 25 de abril, às 11h, quando a diretoria da Vale dará mais informações sobre o desempenho da companhia e seu plano para os próximos meses.
Os analistas de mercado projetam um lucro por ação (LPA) de R$ 1,9 e uma receita de aproximadamente R$ 43,68 bilhões para o primeiro trimestre de 2024.