O dólar comercial fechou em alta de 0,28%, cotado a R$ 5,16, subindo pelo segundo dia consecutivo. No pregão desta quinta-feira, a moeda estrangeira foi impactada pela primeira leitura do Produto Interno Bruto (PIB) americano referente ao primeiro trimestre de 2024.
A prévia da inflação do PCE veio forte e os investidores mantiveram cautela às vésperas da divulgação da inflação oficial PCE de março amanhã (25). Isso levou a aumento significativo nas taxas dos Treasuries (títulos do governo americano), provocando uma nova rodada de desvalorização das moedas latino-americanas, como o real, o peso mexicano e o peso colombiano.
Indicadores econômicos dos EUA
A divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA para o primeiro trimestre surpreendeu negativamente, com um crescimento de 1,6%, abaixo das expectativas do mercado. Além disso, o índice de preços de gastos com consumo (PCE) acelerou, alcançando 3,4% nos primeiros meses de 2024 em termos anualizados, sinalizando pressões inflacionárias persistentes.
Felipe Garcia, chefe da mesa de operações do C6 Bank, destacou que esses dados reforçam a expectativa de uma postura mais agressiva do Federal Reserve (Fed) diante da inflação, com potencial impacto nas taxas de juros e no valor do dólar.
Comportamento do dólar
Durante o pregão, o dólar chegou a registrar queda, atingindo R$ 5,1119 nos primeiros momentos, mas inverteu a tendência após a divulgação dos indicadores americanos. A máxima do dia foi de R$ 5,1930, em linha com os picos das taxas dos Treasuries.
Ao final da sessão, a moeda americana encerrou cotada a R$ 5,1635, um aumento de 0,30%. Apesar das altas recentes, o dólar ainda acumula queda de 0,69% na semana.
Fluxo cambial e notícias de Brasília
O Banco Central (BC) divulgou um fluxo cambial negativo na última semana, com saídas superando as entradas, o que contribui para a pressão de alta sobre o dólar. Entretanto, notícias vindas de Brasília sobre a distribuição de dividendos da Petrobras podem ajudar a reduzir a aversão ao risco e a pressão de curto prazo sobre o real.
Bruno Komura, analista da Potenza Capital, disse que o fato de o conselho de administração da Petrobras ter aprovado a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários deveria ter mexido com dólar “porque bate nos juros daqui”.
Komura acrescentou que essa alta do dólar ainda reflete “o sentimento pessimista com relação ao PIB que saiu hoje. Se não fosse esta notícia, o cenário estaria mais positivo, o dólar poderia cair”.
*Com informações da Agência CMA