As ações da Petrobras operam em queda após a divulgação dos resultados operacionais da companhia, ontem (29) à noite. As ordinárias (PETR3) e as preferenciais (PETR4) em baixas de 1,59% e 0,97% a R$ 43,80 e R$ 41,74 às 11h10 (de Brasília).
O BTG Pactual viu os resultados de produção de 2,235 kb por dia de petróleo, 5% abaixo do 4T23, em linha com sua estimativa e 2% acima do guidance da companhia. Os analistas esperam avanços à frente com a normalização da produção após paradas e a entrada da plataforma Mero 3 no segundo semestre.
Venda
Em downstream, a venda de drivados também veio em linha com as projeções do BTG, que destaca que a importação de diesel dobrou em relação ao trimestre anterior, o que pode levantar questões dos investidores, mas vê o dado abaixo da média dos últimos anos.
Balanço financeiro
Em relação ao balanço financeiro do 1T24 que será divulgado em 13 de maio, os analistas do BTG acreditam que os investidores devem se concentrar no investimento da Petrobras, pois isso pode fornecer uma boa indicação sobre se a empresa será capaz de cumprir sua projeção anual.
BTG
O BTG espera que a companhia reporte fortes resultados de precificação de petróleo do 1T24, apenas 1% abaixo do trimestre anterior em reais, e projeta ebitda de US$ 14,4 bilhões, queda de 4% trimestralmente devido ao declínio da produção e baixo aumento de lifting costs de US$ 7,8/bbl, já que a produção do pré-sal atingiu sua maior participação (83%) já registrada.
Preços
Apesar dos preços nacionais mais baixos dos combustíveis em comparação com o PPI, o aumento dos crack spreads da gasolina e a estabilidade dos crack spreads do diesel devem resultar em sólidas margens no downstream. No geral, o BTG prevê uma geração de caixa de US$ 7,9 bilhões (fórmula de remuneração) para resultar num pagamento de dividendos de US$ 3,5 bilhões (rendimento de 3%).
Goldman Sachs
O Goldman Sachs esperamos que a empresa anuncie US$ 2,6 bilhões em dividendos ordinários no 1T24 (incluindo recompra) e lucros, seguindo sua política de remuneração dos acionistas, lucro de R$ 24,245 bilhões (queda anual de 37%), ebitda de R$ 61,86 bilhões (+18%).
O GS mantém sua preferência pela Prio no setor de energia com base no seu upside de preço-alvo, mas continuas com classificação de compra na Petrobras, pois vê a empresa oferecendo forte geração de caixa nos próximos anos (a estimativa para 2024/25 é de FCFy de 20%/14%). “Combinado com uma governança que, a nosso ver, limita (embora não elimine totalmente) os riscos de alocação de capital e desvios significativos entre a referência nacional e internacional para os preços dos combustíveis.”
O GS recomenda compra das ações da Petrobras no Brasil (PETR3; PETR4) e ADRs no exterior, com preços-alvo de R$ 48,30, R$ 43,90, US$ 18,80 e US$ 17,10.
Cynara Escobar / Safras News
Imagem: FUP