O dólar comercial fechou em queda de 1,52%, cotado a R$ 5,19, com os investidores apreensivos com a mensagem que o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, deve passar, após a decisão dos juros amanhã — no Brasil o mercado estará fechado em razão do feriado do dia do Trabalho. No mês, recuou 3,55%.
Os dados acima do esperado sobre custo de emprego nos EUA, em um momento crucial antes da decisão de política monetária do Federal Reserve, também contribuíram para a alta.
Gabriel Meira, economista da Valor Investimentos, disse que o dólar está em alta, após o índice de custos de emprego nos Estados Unidos e com o mercado apostando no início dos cortes só em 2025.
“Esse estresse se dá por conta de dados nos Estados Unidos que aumentou e com o mercado reavaliando a queda de juros nos Estados Unidos; o mercado já vinha alterando a possibilidade de queda desde o 1º trimestre de 2024, passou para segundo, terceiro ou quarto trimestre e agora o mercado está achando que não vai ter nenhum corte esse ano, só em 2025 porque a economia segue bem aquecida por lá”, explicou.
Real tem desempenho desfavorável
O real teve o terceiro pior desempenho entre as moedas emergentes e de exportadores de commodities. A busca por dólares foi intensificada pelo fechamento do mercado local no dia seguinte, devido ao feriado do Dia do Trabalho.
Pressões inflacionárias nos EUA
Segundo o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, os salários e rendimentos avançaram 1,1%, e os benefícios aumentaram também 1,1% em base trimestral. Em base anual, os salários cresceram 4,4%, e os benefícios, 3,7%.
No setor privado, os custos de mão de obra subiram 4,1% em base anual, e para os servidores públicos, subiram 4,8%. Os dados sugerem pressões inflacionárias à frente, contribuindo para o fortalecimento do dólar.
Agora, maioria dos investidores espera apenas um corte de 25 pontos-base na taxa de juros americana neste ano.
Atenção à entrevista coletiva de Jerome Powell
As atenções se voltam à entrevista coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell, após a decisão de política monetária. O comunicado da decisão não incluirá revisão das projeções dos dirigentes do BC americano para a taxa de juros.
*Com informações da Agência CMA