Na volta do feriado do dia do Trabalhador em que a Bolsa ficou fechada, o indicador futuro do Ibovespa abriu em forte alta com o mercado reagindo positivamente à decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de ontem e com a agência de classificação de risco Moodys elevando a perspectiva de nota de crédito do Brasil, de estável para positiva.
O Fed manteve a taxa de juros entre a banda de 5,25% e 5,50% ao ano, conforme esperado pelo mercado, mas na coletiva de imprensa o presidente do banco central, Jerome Powell, disse que a inflação ainda preocupa e se for necessário a taxa será mantida nesse patamar por mais tempo.
Índice em alta
Às 09h42 (horário de Brasília), o Ibovespa futuro com vencimento em junho subia 1,08%, aos 128.680 pontos. Os futuros norte-americanos operavam em alta e a maioria das bolsas europeias no positivo. Na Ásia, os índices fecharam mistos.
Nicolas Farto, sócio e head de renda variável da Vértiq Invest, disse que o mercado reage às falas do presidente do Fed confirmando que “o comitê deve manter os juros altos por mais tempo, dado que a inflação segue pressionando, longe da meta de 2% ao ano. Ele também disse que o aumento de taxas está fora do radar, o que aliviou um pouco ontem [o mercado americano] e as ADRs brasileiras fecharam em alta. O Índice Dow Jones Brazil Titans subiu 0,5% e o ETF EWZ encerrou em +0,30%; a Moodys elevou perspectiva do Brasil de estável para positivo e ajuda no bom humor do mercado. EWZ [principal EFT brasileiro negociado em NY] já subia em Nova York”.
Um analista do mercado financeiro de um grande banco acredita “que não deve ter corte de juros esse ano. O anúncio da Moodys não deixa de ser bom, apesar de várias restrições. O balanço do Bradesco [divulgado mais cedo] é bom em relação ao último trimestre, mas ainda não está computado o acordo de R$ 1,3 bilhão com Casas Bahia”.
Soraia Budaibes / Safras News
Imagem: Piqsels