A Bolsa fechou em queda de 0,03%, perto da estabilidade, aos 128.465,69 pontos, e não conseguiu acompanhar o bom humor global com a incerteza sobre a taxa básica de juros (Selic), que será definida na quarta-feira (8).
As incertezas em relação ao impacto fiscal da ajuda federal ao Rio Grande do Sul também marcaram o dia. As preocupações surgem em meio aos efeitos das inundações sem precedentes no estado e na capital, Porto Alegre.
Nas três primeiras sessões de maio, o índice acumula alta de 2,02%, que limita a perda do ano a 4,26%.
Dívida pública e mercado financeiro
A declaração da ministra do Planejamento, Simone Tebet, sobre a mobilização de ajuda ao Rio Grande do Sul gerou preocupações no mercado em relação ao aumento das despesas públicas. Isso ocorre em um momento de pouco espaço no orçamento para cumprir a meta de resultado primário.
Especialistas apontam que o alto nível de endividamento público do Brasil, atualmente em 75% do PIB, gera desconfiança entre os investidores estrangeiros. Apesar disso, a maioria da dívida está em mãos de credores domésticos, o que ameniza a situação.
Pedro Marinho Coutinho, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital, disse que a Bolsa operou estável e apesar de o número “muito bom de superávit de R$ 1,2 bilhão em março, o dado acabou ofuscado por conta de toda a preocupação com a tragédia do Rio Grande do Sul. Como temos o problema com o fiscal, o mercado especula quanto que o governo vai precisar investir [nesse desastre]. É lógico que isso precisa ser resolvido o mais rápido possível, mas impacta um pouco na nossa curva de juros”.
Cenário corporativo
O dia foi majoritariamente positivo para as principais ações do Ibovespa, com exceção de alguns nomes do setor metálico, como Gerdau (PN -0,10%) e CSN (ON -0,21%), e do banco Bradesco (ON -1,36%, PN -0,07%).
Vale (ON) subiu 0,30% e Petrobras mostrou alta de 0,50% (ON) e de 0,68% (PN) no fechamento. Entre os grandes bancos, Itaú (PN +0,62%) e BB (ON +0,57%) também tiveram ganhos na sessão.
Na ponta do índice nesta segunda-feira, destaque para Petz (+4,11%), Pão de Açúcar (+2,65%) e SLC Agrícola (+1,53%). No lado oposto, entre as maiores baixas, Braskem (-14,53%), Marfrig (-4,92%) e Minerva (-3,69%).