As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) seguem caindo por causa do Indice Geral de Preços Mercado (IGP-M) que veio abaixo do esperado, além dos dados dos Estados Unidos um pouco fora do previsto: crescimento do PIB abaixo do estimado e índice de preços para os gastos pessoais (PCE), um pouco acima das estimativas.
Na manhã desta quinta-feira (27), foi divulgado o IGP-M de abril, que caiu 0,95%, após variar 0,05% no mês anterior. Com este resultado, o Índice acumula taxa de -0,75% no ano e de -2,17% em 12 meses. Em abril de 2022, o índice havia subido 1,41% e acumulava alta de 14,66% em 12 meses. De acordo com o Termômetro CMA, a expectativa era de queda de 0,69% em abril, e baixa de 1,94% em 12 meses.
Em ambiente externo, o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu 1,1% no primeiro trimestre de 2023 em relação ao trimestre anterior, de acordo com o Departamento do Comércio do país. O índice de preços para os gastos pessoais (PCE), usado pelo banco central norte-americano como referência para inflação, subiu 4,2% no primeiro trimestre em base anualizada, após alta de 3,7% no quarto trimestre de 2022. O núcleo do PCE, que exclui do cálculo preços de alimentos e energia, teve alta de 4,9%, após aumento de 4,4% nos três meses anteriores.
Para o analista da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura, o que está mexendo com as taxas DI em território doméstico é o IGP-M. Lá fora, dados do PIB dos Estados Unidos bem abaixo do esperado, alémde dados negativos de inflação do país.
“Isso aponta que o Fed [banco central norte-americano] deve manter o aperto monetário por mais tempo, mantendo a taxa em 0,25%”, analisa.
“O Brasil está bastante descontado em relação aos pares, apesar do medo global de aumento dos juros. Além disso, o IGP-M corrobora para um ambiente interno mais tranquilo, dando subsídios para que o BC reduza os juros no fim do ano, causando um fechamento expressivo da curva como um todo.”
Segundo o analista, ainda são muitas as dúvidas com relação ao arcabouço fiscal – que tramita na Câmara dos Deputados – mas por enquanto a situação não deve impactar as taxas. “Acho que ainda não faz tanto preço” conclui Komura.
Por volta das 13h (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 13,195% de 13,210% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 11,840 % de 11,850%, o DI para janeiro de 2026 ia a 11,555 %, de 11,580%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,645% de 11,760 % na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava baixa, cotado a R$ 5,0120 para venda.