As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) seguem em leve alta, perto da estabilidade, puxadas pelos dados de inflação do IPCA-15 abaixo do esperado e dos treasuries (títulos do Tesouro norte-americanos) de dois anos, que caem nos Estados Unidos.
Na manhã de hoje (26) foi divulgado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que avançou 0,57% em abril na comparação com março, desacelerando-se em relação à alta apurada no período anterior (0,69%), segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Gerente de tesouraria do Braza Bank, Bruno Perottoni considerou o IPCA-15 um pouco melhor que o esperado, mostrando um arrefecimento da inflação, mas não o suficiente para para cortes na Selic (taxa básica de juros).
Na maioria dos núcleos o dado veio como esperado mas não tão bom quanto se gostaria para encorajar uma redução de juros, diz o tesoureiro.Na B3, cenário misto com alta nos juros curtos e leve queda nos vencimentos mais longos. O mercado segue precificando redução na Selic apenas no segundo semestre, considerando as expectativas implícitas no mercado futuro.
O estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, disse que o comportamento das taxas reflete a aceleração na base mensal da inflação de serviços, apesar de ter ficado estável na base anual.
“O BC tem reforçado que a inflação de serviços é um fator importante, e que está monitorando com atenção. Eu acho que por isso o mercado está sem espaço para a queda das taxas – principalmente as mais curtas, que refletem a perspectiva de política monetária”, explicou o especialista, complementando que as taxas mais curtas têm viés de alta. “As taxas mais longas estão repercutindo os treasuries (títulos do Tesouro norte-americanos) de dois anos que estão caindo nos Estados Unidos.”
Por volta das 12h50 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 13,210% de 13,185% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 11,805 % de 11,960%, o DI para janeiro de 2026 ia a 11,620 %, de 11,580%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,740% de 11,720 % na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava baixa, cotado a R$ 5,0490 para venda.
Camila Brunelli / Agência CMA
Imagem: Piqsels