O Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) avançou 0,57% em abril na comparação com março, desacelerando-se em relação à alta apurada no período anterior (0,69%), segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já no acumulado dos últimos 12 meses, a alta foi de 4,16%
Economista-chefe da BGC Liquidez, Juliano Ferreira considerou o números do índice melhor do que o esperado por conta de alimentos no domicílio, que veio -0,15 frente a 0,06 calculado pelo BGC. Industrias estavam em linha com a expectativa.
“Nossa expectativa de 0.63 tinha administrado um pouco mais salgado (veio 1.41 vs 1.49 mediana e 1.60 nosso). Subjacentes pouca coisa acima da mediana e do que nossa expectativa, e média dos núcleos em linha. Passagem Aérea veio +11.96 vs +10 do nosso modelo”, analisou Ferreira.
Em termos de avaliação qualitativa, as médias dos núcleos vieram em linha com a mediana de mercado (0.45 vs 0.44 mediana) e Serviços subjacentes levemente acima (0.51 vs 0.47 mediana).
Indicadores SAAR mais ou menos estáveis na média móvel de 3M, destaque negativo para Difusão, mas nem tanto. “Sinceramente esperava uma rodada adicional de melhora nesses indicadores, seguindo tendência das últimas 3 leituras. Não significa que estancou a melhora, mas precisaremos aguardar um pouco mais.”
A inflação de aluguel residencial e condomínio aumentaram de forma relevante nessa leitura, segundo o BGC. “Esses itens são relacionados à inflação inercial e salários e é importante monitorar se esse movimento continuará nos próximos IPCAs. Inflação de condomínio veio acima da mediana histórica.”
Segundo o relatório, a inflação de mão de obra também aumentou um pouco, mas ainda permanece abaixo da mediana histórica. Inflação de empregado doméstico ficou praticamente estável.
“Na alimentação, a deflação registrada para alimentos in natura foi um pouco mais fraca do que a nossa expectativa (representando uma surpresa de +1bp).”
“A preocupação nesse segmento agora é com o IPCA fechado do mês, pois coletas de preços de curto prazo estão indicando um forte aumento da inflação no grupo”, segundo o economista-chefe.
Nos industriais, segmentos como vestuário, automóvel novo, mobiliário e artigos de limpeza continuaram registrando inflações dentro do padrão histórico.
“Vemos isso como positivo, no sentido de que parece que a inflação de industrias está acomodando (o pior ficou pra trás). O grupo como um todo teve inflação bastante baixa pro período”, concluiu.
Camila Brunelli / Agência CMA
Imagem: Piqsels