Alvo dos críticos às taxas de juros do Brasil, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, não era uma figura conhecida dos noticiários até ocupar o cargo que já foi de seu avô, Roberto Campos.
Além de referência para o liberalismo e neoliberalismo, o “primeiro” Roberto Campos fundou o Banco Central, em 1964 — em plena ditadura civil-militar — tendo sido o primeiro a ocupar o cargo de ministro do Planejamento do regime ditatorial.
Diferente do neto, ele se destacou na diplomacia e na sua atuação política. Ainda no governo de Getúlio Vargas, participou da criação da estrutura de capital misto da Petrobras, representou o Brasil na Conferência de Bretton Woods (conferência que originou o sistema monetário internacional) e, durante o mandato de Juscelino Kubitschek, presidiu o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (que atualmente chama-se BNDES, com o Social, no nome).
A nomeação de seu neto — atual alvo do governo petista — aconteceu em novembro de 2018, pelas mãos do ex-presidente Jair Bolsonaro, com recomendação do então Ministro da Economia, Paulo Guedes. Assim como seu antecessor, Roberto Campos, também se formou economista.
O atual presidente do BC, construiu, ao longo de vinte anos, uma reputação sólida no mercado financeiro ao trabalhar em empresas como o Banco Santander, a Claritas Investimentos e o antigo banco Bozano Simonsen.
Em 2020, implantou o projeto do Pix — desenvolvido por seu antecessor Ilan Goldfajn — e, desde 2021, é o primeiro presidente do BC a atuar com autonomia formal, após lei sancionada pelo presidente anterior.
Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil