A XP divulgou prévia de resultados para o primeiro trimestre de 2023 (1T23) para o setor de telecomunicações, em que mostra expectativa de mais um trimestre de resultados positivos para as grandes companhias, refletindo um ambiente competitivo mais racional como resultado da consolidação do mercado após a aquisição da Oi Móvel. No entanto, a análise aponta que as ISPs (sigla em inglês para provedoras de serviços de internet) ainda enfrentam obstáculos em termos de adições líquidas orgânicas, mas elas alcancem margens de rentabilidade mais altas.
Entre as companhias do Ibovespa, a XP espera que o lucro líquido da TIM (TIMS3), neste trimestre, ainda continue sob pressão devido ao impacto da aquisição da Oi Móvel nos arrendamentos, e essa tendência negativa só deve se normalizar no próximo ano. “Projetamos uma queda de -23% no lucro líquido ante 1T22, atingindo R$ 323 milhões”, escreveram os analistas.
Eles também esperam que a TIM apresente dinâmica semelhante ao quarto trimestre de 2022 (4T22), com receitas de serviços móveis crescendo 21% na comparação anual e uma expansão, na mesma base, de +1,3pp na margem de ebitda, atingindo 46,2%. A análise também destaca que este é o primeiro trimestre com base comparável para o impacto do I-System (antiga Fiberco), empresa de redes compartilhadas de fibra óptica que teve seu controle (51%) vendido para a IHS em novembro de 2021, por R$ 1 bilhão – a TIM tem 49% de participação na empresa.
A dona da Vivo, Telefônica Brasil (VIVT3), deve apresentar resultados financeiros ligeiramente positivos no 1T23, com a continuidade de bons resultados operacionais. Segundo a XP, a empresa tem obtido sucesso em entregar um balanço positivo em adições líquidas de pós-pagos, refletindo sua assertividade na estratégia de migração pré-controle e um saldo positivo de portabilidade. Os ajustes de preço feitos em sua base de clientes também devem contribuir para o crescimento da receita no trimestre.
No segmento de banda larga fixa, a empresa tem mostrado dinâmica positiva, alavancando adições líquidas na tecnologia de fibra, compensando a queda na receita no-core de acessos legados. Vale ressaltar que a empresa encerrou seus serviços de DTH (Direct-to-Home) no final do ano, com um impacto estimado a partir do 1T23, uma vez que esse negócio gerava uma receita de cerca de R$200 milhões por ano.
“Antecipamos um crescimento consolidado de 8% na receita líquida (Receita Líquida de Serviços Móveis +12%, Receita Líquida de Aparelhos +5% e Receita Líquida Fixa +1%). No entanto, esperamos que a margem apresente uma contração de -0,5pp em relação ao ano anterior, refletindo a inflação do período e a maior relevância dos serviços B2B. Projetamos um lucro líquido praticamente estável em relação ao ano anterior, em R$771 milhões”, conclui a XP.
A XP tem recomendação de compra para TIMS3 e neutra para VIVT3.
Cynara Escobar / Agência CMA
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