O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considerou extraordinário o balanço do primeiro dia de reuniões durante a visita da comitiva presidencial à China. “Há um desejo muito grande da China em investir no Brasil, em todas as áreas”, afirmou o ministro em entrevista à Globo News, acrescentando ter tido encontro com empresas de infraestrutura e comunicação.
O ministro citou o encontro com representantes da Huawei, que “está com o 5g no Brasil e quer continuar investindo em conectividade no país”. Também houve reunião com empresas do setor automobilístico. “Em especial na questão do carro elétrico, que é a tendência de substituição da frota de combustível fóssil, em decorrência da questão climática”.
Haddad disse que o dia foi voltando para a questão econômica, envolvendo investimentos diretos da China no Brasil, e comércio exterior. “Amanhã é uma questão mais política e geopolítica”. A comitiva passou o dia em Xangai e embarca em instantes para Pequim.
Haddad destacou a intenção do Brasil em se aproximar com todos os países. “Uma Brasil não tem uma preferência. O presidente Lula que visitou a Europa, o Egito, o presidente Biden (dos EUA) é o mesmo que está na China com o mesmo propósito de selar acordos e contribuir para o comércio e a paz mundiais”.
O ministro não acredita em mal-estar com os Estados Unidos por conta da visita a Huawei e também pelas críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao uso do dólar nas negociações mundiais. “Os Estados Unidos sabem que podem contar como Brasil como um país que concorre para o melhor pro mundo”, resumiu, acrescentando que o país não pode ter esse tipo de preconceito, a não ser em casos limites.
Haddad acrescentou que já houve comércio bilateral com moedas locais e que o presidente Lula tem desejo de patrocinar comércio bilateral sem a intermediação de moeda de um outro país, caso do dólar.
Sobre a taxação de sites e empresas estrangeiras, Haddad reafirmou que o governo não está pensando em aumentar impostos, mas que há a concorrência desleal em alguns casos. “Ninguém acha que vai ser bom para a economia brasileira o contrabando, a carga roubada. Temos que garantir concorrência leal para todo mundo”, concluiu.
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Imagem: Agência Brasil