O dólar comercial fechou em queda de 1,31%, cotado a R$ 4,9410. A moeda refletiu, ao longo da sessão, o aparente controle da inflação no Brasil e Estados Unidos, além do promissor cenário doméstico fiscal.
- Receba primeiro as notícias e análises que vão impactar o mercado. Assine o exclusivo Monitor do Mercado Real Time. Recomendações de investimento e informações, minuto a minuto, direto no seu celular. Clique aqui para conhecer.
Segundo o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, “o mercado estava muito descolado, principalmente a moeda. Caminhamos, desde a semana, com vetores macro favoráveis para o real”.
Borsoi entende que tanto o IGP-M, que caiu 0,90% no primeiro decêndio de abril, quanto o IPCA (alta de 0,71% em março), mostram que existe espaço para o corte da Selic (taxa básica de juros) ainda em 2023.
“Lá fora, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) mostrou que está mais preocupado com a situação dos bancos do que com a inflação. Cria-se a impressão que ele (o Fed) conseguiu domar o processo inflacionário sem que os Estados Unidos entrassem em recessão”, avalia.
Borsoi, que ainda explicou que a China está gerando uma demanda forte de commodities, e classificou o atual cenário como uma “Janela de Ouro”.
De acordo com a economista-chefe da Veedha Investimentos Camila Abdelmalack, “temos um movimento importante dos juros, por conta de uma desaceleração do IPCA. A taxa de câmbio também está mais favorável”.
Existe retirada de prêmio da curva de juros devido ao arcabouço fiscal, e caminhamos para um cenário que não é ruim como se previa, avalia Abdelamalck.
A economista pontua que a desaceleração da inflação dos Estados Unidos é animadora, e o mercado precifica um início de cortes nos juros ainda em 2023, mas que a inflação de Serviços ainda é preocupante (+7,3%), o que sugere que a economia segue aquecida.
Para o sócio da Ethimos Investimentos Lucas Brigato, “com o CPI vindo favorável, o mercado deve continuar aproveitando o bom-humor para hoje. Dólar já se rendeu aos R$ 5,00 e pelo menos até agora e tudo indica que o otimismo deve continuar”. A inflação dos Estados Unidos subiu 0,1% em março ante projeções de +0,2%.
Brigato entende que o aparente controle da inflação nos Estados Unidos deve ser mais um ingrediente que vai pressionar o Banco Central (BC) a iniciar o corte na Selic.
Paulo Holland / Agência CMA
Imagem: piqsels.com
Copyright 2023 – Grupo CMA