O Ibovespa opera em alta enquanto os juros e o dólar recuam no mercado financeiro brasileiro nesta quarta-feira. Os números do IGP-M divulgados nesta manhã vieram negativos, mostrando desaceleração da inflação no Brasil. No exterior, dados do índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) levemente abaixo do que esperava o mercado, refletem deflação na economia norte-americana, apesar da atividade ainda estar aquecida.
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O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) caiu 0,90% no primeiro decêndio de abril. No primeiro decêndio de março, o IGP-M caíra 0,20%. Com este resultado, a taxa em 12 meses passou de -0,08% para -2,12%. Já o índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos subiu 0,1% em março na comparação com o mês anterior, já descontados os fatores sazonais, segundo dados do Departamento de Trabalho do país. Analistas previam alta de 0,2%.
Segundo Camila Abdelmalack, economista chefe da Veedha Investimentos, a leitura foi recebida como positiva para os ativos financeiros e indica que o Fed (banco central americano) pode promover um ajuste residual na reunião de maio. Para ela, é provável que o Fed inicie um processo de corte de juros na virada do terceiro para o quarto trimestre deste ano.
Conforme a economista, a desaceleração da inflação de 6% para 5% foi importante para o movimento do mercado desta manhã. Ela relatou ter observado, inclusive, treasures de dez anos sendo fechados.
Camila explicou que há movimentos importantes em grupos que justificam o arrefecimento da inflação, especialmente commodities de energia. “Olhando a gasolina, por exemplo: chegou a chegou a tocar 60% de inflação em junho ano passado, agora agora acumula 17% de deflação. O gás mostrou 38% de inflação em junho de 2022 e agora tem deflação de 7,1% no acumulado de 12 meses, ilustra.
Quanto ao IGP-M, o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, informou que o acumulado de 12 meses foi bastante negativo, com preços do atacado caindo forte, “o que corrobora para essa visão de que estamos entrando num ciclo desinflacionário aqui no Brasil.”
O dólar segue em sólida queda e se aproxima dos R$ 4,90. Isso reflete a melhora do ambiente fiscal, além da desaceleração da inflação no Brasil e Estados Unidos. Para o sócio da Ethimos Investimentos Lucas Brigato, com o CPI vindo favorável, o mercado deve continuar aproveitando o bom-humor para hoje. Dólar já se rendeu aos R$ 5,00 e pelo menos até agora e tudo indica que o otimismo deve continuar. A inflação dos Estados Unidos subiu 0,1% em março ante projeções de +0,2%.
A Bolsa opera em alta ainda refletindo os dados de inflação nos Estados Unidos, que ficou abaixo da previsão do mercado. O setor financeiro sobe forte, com destaque para o Banco do Brasil (BBAS3), que está entre as maiores altas do Ibovespa. (+4,95%) refletindo relatório do Itaú BBA que traz boas perspectivas para o balanço dos bancos no 1T23.
Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora, disse que diante da conjuntura geral da última semana com payroll e os dados de seguro-desemprego nos Estados Unidos, o CPI de hoje só “veio ratificar e uma tendência de redução inflacionária e tira pressão do Fed de continuar com o movimento de subida de juros, não vejo redução; após a forte alta de ontem, hoje é normal ter um dia de ajuste com o pessoal reposicionando suas carteiras. O interessante é que voltou o fluxo de estrangeiros em Bolsa e tirou a pressão de dólar. Vemos que ainda tem gás em Brasil e em alguns papéis, principalmente em commodities, mas sempre acompanhando a volatilidade desses ativos”.
Camila Brunelli / Agência CMA
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