As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) operam em queda, puxadas pela primeira prévia do IGPM de abril e pelo índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) levemente abaixo do que esperava o mercado.
O Indice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) caiu 0,90% no primeiro decêndio de abril. No primeiro decêndio de março, o IGP-M caíra 0,20%. Com este resultado, a taxa em 12 meses passou de -0,08% para -2,12%. Já o índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos subiu 0,1% em março na comparação com o mês anterior, já descontados os fatores sazonais, segundo dados do Departamento de Trabalho do país. Analistas previam alta de 0,2%.
Segundo Camila Abdelmalack, economista chefe da Veedha Investimentos, a leitura foi positiva para os ativos financeiros e indica que o Fed (banco central americano) pode promover um ajuste residual na reunião de maio.
“A probabilidade a probabilidade majoritária no mercado financeiro, que é precificado na curva de juros nos Estados Unidos, é que o Fed pode iniciar um processo de corte de juros na virada do terceiro para o quarto trimestre deste ano”, ela estima
Conforme a economista, a desaceleração da inflação de 6% para 5% foi importante para o movimento do mercado desta manhã. Ela relatou ter observado, inclusive, treasures de dez anos sendo fechados.
Camila explicou que há movimentos importantes em grupos que justificam o arrefecimento da inflação, especialmente commodities de energia. “Olhando a gasolina, por exemplo: chegou a tocar 60% de inflação em junho ano passado, agora acumula 17% de deflação. O gás mostrou 38% de inflação em junho de 2022 e agora tem deflação de 7,1% no acumulado de 12 meses”, ilustra. A energia elétrica registrara inflação de dois dígitos, mas arrefeceu – agora mostra 9,1% de alta, assim como alimentação em domicílio, que registra 8,4% de inflação.
“Mas a inflação de serviços, no entanto, traduz muito a atividade econômica e estamos com uma inflação bem alta, de 7,3%. Isso indica que a economia dos EUA continua aquecida e que uma desaceleração mais expressiva nos próximos meses pode ser difícil de ser observada por conta da resistência de alguns grupos de preços”, esclareceu.
Segundo ela, é por isso que os analistas acompanham de perto dados do mercado de trabalho, assim como os ganhos salariais, porque eles ainda sugerem que a economia dos Estados Unidos está aquecida. “Ainda há uma certa cautela em relação a esse ritmo de atividade econômica nos Estados Unidos, por isso os resultados mistos.”
Por volta das 11h50h (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 13,115% de 13,150% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 11,740% de 11,805%, o DI para janeiro de 2026 ia a 11,570 %, de 11,635%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,740% de 11,710% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em baixa, cotado a R$4,9350 para venda.
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Camila Brunelli / Agência CMA
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