A Genial Investimentos atualizou suas estimativas para o Carrefour devido a pressão de rentabilidade trazida pelo Grupo BIG no curto prazo e considerando o cenário de desinflação alimentar, que deve trazer um impacto no Same Store Sales do grupo neste ano. A corretora vê a dinâmica de vendas do Carrefour no 1º trimestre será impactada por uma desaceleração dos preços, sem recomposição imediata de volume na cesta média do consumidor, o que implica em um menor nível de Like-for-Like (LfL).
A corretora espera que a maior parte das sinergias operacionais com o Big só devem ser vistas após o segundo semestre e, com isso, cortou o preço-alvo da ação da varejista para R$ 17,50, de R$ 23,00, o que implica em um upside de 46,0% em relação ao preço de fechamento dessa terça-feira (11/4), mantendo a recomendação de compra, citando que as ações estão sendo negociadas a um múltiplo de 11,5 P/E 2023.
A análise espera que a varejista apresente na prévia de vendas do primeiro trimestre que será divulgada na próxima semana (24/4), em versão preliminar e não auditada, e nos resultados consolidados do intervalo em 2 de maio, a tendência de queda dos preços mostrada na divulgação do IPCA de março, nesta terça-feira, que quebrou o padrão altista apresentado desde setembro de 2020. “Pela primeira vez, em 30 meses, a inflação da categoria alimentar acumulada dos últimos 12 meses veio abaixo de 10,0% (7,3% para ser mais exato). Em nossa visão, essa tendência de arrefecimento da inflação de Alimentos e Bebidas veio para ficar, dado o aumento de previsões da safra brasileira e manutenção dos preços de commodities agrícolas no mercado internacional”, comentam os analistas.
Já em relação ao acordo para redução do preço de aquisição do BIG, em até R$ 1 bilhão, de R$ 7,5 bi para aproximadamente R$ 6,5 bi, a ser ajustado pelo CDI, em contrapartida à quitação de certas obrigações, a Genial considera positivo para diminuição da alavancagem financeira da companhia e comenta que o ajuste dos aditivos contratuais não traz relação com a performance das lojas do BIG, não impacta as sinergias de R$ 2 bilhões anunciadas inicialmente e nem deve trazer impactos de provisionamento para o Carrefour, ao menos em análise preliminar.
O Itaú BBA, por sua vez, avalia este anúncio como neutro e inesperado. “Por um lado, o fato de o reajuste de preço não estar relacionado ao desempenho operacional do ativo BIG nos traz algum alívio. Por outro lado, não há visibilidade sobre as obrigações ou quanto do R$ 1 bilhão poderia ser utilizado para esse fim. É difícil imaginar que o efeito líquido do anúncio seja positivo para o Carrefour”, comentou, em nota a clientes.
As ações da varejista eram a maior queda do Ibovespa, com baixa de 3%, a R$ 11,61 às 12h40 (horário de Brasília), enquanto o Ibovespa subia 0,59%.
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Cynara Escobar / Agência CMA
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