Ao final de fevereiro, o Serasa divulgou que o Brasil conta com mais de 70,1 milhões de pessoas inadimplentes, um aumento de 10,8 milhões em comparação ao registrado 5 anos atrás, estabelecendo um novo recorde.
Além disso, o país ainda tem cerca de 8,6% da população desempregada, segundo o IBGE; o que só piora a situação.
Mas o endividamento não vem unicamente do desemprego ou da falta de dinheiro. Dentre os principais fatores que geram o problema está a falta de conhecimento sobre suas finanças, aponta Cristiano Sousa, Assessor de Planejamento Financeiro da Andaluz Investimentos.
Segundo o especialista, saber para onde vai seus gastos é essencial para ter controle e não mergulhar nas dívidas, já que há diversos casos em que as pessoas acabam assumindo prestações que são maiores que sua capacidade.
“Muitas vezes as pessoas fazem cortes em seu orçamento que não faz uma diferença de fato no final do mês. Quanto posso gastar? Qual o limite do meu orçamento? É necessário ter esse conhecimento”, explica.
Para começar economizar, é preciso fazer uma divisão inicial do seu dinheiro. Em entrevista concedida ao Monitor do Mercado no YouTube, Cristiano explica a fração ideal:
- 50% da renda para o custo fixo;
- 30% qualidade de vida;
- 20% reserva de emergência/investimentos.
A reserva de emergência é a primeira economia que se deve fazer, por ser de lá que sairá o orçamento para um imprevisto, seja um problema de saúde, acidente ou qualquer coisa que não esteja nos planos.
As planilhas são ótimas aliadas para fazer esse controle mensal dos gastos, pois lá você pode se organizar e saber onde você tem gastado mais, mercado, lazer, remédios ou outros (clique aqui para ter acesso à planilha do Monitor do Mercado e ter o controle total da sua vida financeira).
Outro ponto ressaltado é evitar o financiamento. Com o cenário atual, com taxa Selic em 13,75% (maior taxa de juros reais do mundo), as dívidas tornam-se mais caras.
Na contramão, os investimentos em Renda Fixa, conhecido por ser um dos mais seguros, são bem remunerados. “Eu invisto o dinheiro, deixo ele ‘trabalhando para mim’, de modo que em um ou dois anos eu possa comprar o que eu quero à vista”, explica o assessor.
Como lidar com as dívidas existentes?
Para o especialista da Andaluz, há dois passos importantes a serem seguidos:
- Fazer um levantamento de quais prestações pesam mais no bolso;
- Focar na que tem juros mais altos, já que com o tempo, o valor acumula e pode virar uma “bola e neve”.
Evolução nas escolas
Em 2021, o MEC criou junto a CVM (Comissão e Valores Mobiliários) um projeto que visa capacitar cerca de 500 mil professores especializados no assunto para disseminar educação financeira nas escolas.
A previsão é de que em 3 anos os profissionais já estejam capacitados para dar aulas para mais de 25 milhões de jovens do Ensino Fundamental e Ensino Médio.
Imagem: Piqsels