A Coca-Cola registrou lucro líquido de US$ 3,33 bilhões no primeiro trimestre de 2025, 4,7% maior em relação ao valor registrado no mesmo período de 2024. O lucro por ação ajustado da companhia foi de US$ 0,73, acima das estimativas dos analistas, que previam US$ 0,72.
Apesar do crescimento no lucro, a receita líquida caiu 1,5%, para US$ 11,13 bilhões, abaixo do consenso de mercado, que apontava para US$ 11,16 bilhões.
Segundo a companhia, as turbulências cambiais e o impacto da refranquia de operações de engarrafamento foram os principais fatores para a queda na receita.
Refletindo a divulgação dos resultados, as ações da Coca-Cola subiam 1,24% no pré-mercado da Bolsa de Nova York. Às 13h40 (horário de Brasília), foi registrada redução da alta para 0,81%, com os papéis negociados a US$ 72,37.
Revisão das projeções para 2025
A Coca-Cola manteve a projeção de crescimento da receita orgânica entre 5% e 6% em 2025. Porém, revisou para baixo sua estimativa de crescimento do lucro ajustado por ação, de uma faixa de 8% a 10% para 7% a 9%.
Além disso, a companhia destacou no guidance que, embora suas operações sejam majoritariamente domésticas nos Estados Unidos, está sujeita a impactos do comércio global, especialmente no que se refere à cadeia de suprimentos e à volatilidade de custos.
“Certos componentes da estrutura de custos através dos seus mercados podem sofrer um impacto. Neste momento, a empresa espera que os impactos sejam gerenciáveis”, informou a Coca-Cola em comunicado.
Mix de preços e vendas da Coca-Cola por região
O indicador de preço/mix cresceu 5% no mês, resultado de ações de reajuste de preços em diversas geografias, parcialmente compensado por um mix de produtos menos favorável. O volume de caixas unitárias aumentou 2%, com destaque para os mercados da Índia, China e Brasil.
No entanto, o volume de concentrado — principal insumo vendido pela Coca-Cola às engarrafadoras — ficou 1 ponto percentual abaixo do crescimento das caixas unitárias. A diferença se deu por conta de dois dias úteis a menos no trimestre e pelo timing das remessas.
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Coca-Cola investe R$ 7 bilhões no Brasil
O Sistema Coca-Cola anunciou que investirá R$ 7 bilhões no Brasil ao longo de 2025, o que representa um crescimento de 75% em relação ao total investido em 2024.
Os recursos serão destinados à abertura de 14 novas linhas de produção, à expansão da infraestrutura logística e à retomada da planta da Femsa em Porto Alegre (RS), afetada pelas chuvas do ano passado.
Segundo Diego Granizo, vice-presidente de operações e diretor-geral da Coca-Cola Brasil, com o crescimento expressivo nos últimos dois a três anos no Brasil, a empresa decidiu adiantar suas perspectivas, considerando o potencial do país.
O país é o quarto maior mercado global da Coca-Cola em volume. Em 2024, o Brasil liderou o crescimento da empresa na América Latina, ficando atrás apenas do México em tamanho. A receita operacional líquida na região foi de US$ 1,6 bilhão no quarto trimestre, alta de 10% na comparação anual.
Aumento de capacidade e centros logísticos
Segundo Granizo, a indústria de bebidas no Brasil cresce entre 5% e 6% ao ano, o que motivou a antecipação de investimentos. As 14 novas linhas representam o mesmo número de linhas abertas nos últimos três anos no país.
Além da fábrica da Femsa, a Uberlândia Refrescos, que atende o Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas Gerais, vai investir R$ 800 milhões em uma nova planta até o fim de 2025.
O plano também inclui a construção de oito novos centros de distribuição e a ampliação de outros dez, espalhados pelas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
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Coca-Cola investe em sustentabilidade
Como parte de sua estratégia de sustentabilidade e controle de preços, a Coca-Cola vai instalar duas linhas voltadas a embalagens retornáveis. O modelo permite que o consumidor pague menos por unidade e tem ganhado espaço no portfólio.
“Por termos um portfólio amplo, conseguimos ser mais resilientes. Nesse contexto, é importante a nossa estratégia de embalagens retornáveis, que trazem o benefício de o consumidor comprar um produto mais barato”, disse Granizo.