As ações do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) afundam 21% nesta terça-feira (6), negociadas a R$ 3,01, após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2025 e a redução da participação acionária do investidor Rafael Ferri. O movimento acontece em meio à reestruturação do conselho de administração da companhia.
Na demonstração dos resultados referentes ao primeiro trimestre, o GPA reportou prejuízo líquido de R$ 169 milhões no trimestre, uma melhora de 74,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda assim, analistas alertam para o aumento da alavancagem da empresa.
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Balanço mostra alta da alavancagem
A dívida líquida ajustada do GPA atingiu R$ 4,75 bilhões, o que representa um índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) de 5,7 vezes. Esse número mostra quantos anos a empresa levaria para quitar suas dívidas mantendo a geração de caixa atual. No trimestre anterior, esse índice era de 3,8 vezes.
O Ebitda ajustado — indicador que mede o resultado operacional antes de juros, impostos, depreciação e amortização — foi de R$ 409 milhões, alta de 9,9% na comparação anual. A receita líquida cresceu 3,9%, para R$ 4,8 bilhões. A margem bruta subiu de 27,2% para 27,6%.
Confira a evolução do Ebitda na comparação anual e outros dados financeiros do Grupo Pão de Açúcar diretamente na ferramenta Monitor Empresas:

Apesar da melhora operacional, casas de análise como XP Investimentos e BTG Pactual apontam que a alavancagem elevada prejudicaram a leitura dos resultados.
Ferri reduz participação no Pão de Açúcar
Outro fator que pesou sobre os papéis foi a mudança no quadro acionário. O investidor Rafael Ferri reduziu sua participação no GPA para 2,73% (incluindo derivativos), após ter alcançado 5,86% em abril.
Mesmo com a redução, Ferri foi o mais votado na eleição do novo Conselho de Administração, ocorrida na segunda-feira (5).
Ferri e outros aliados garantiram ao menos três das nove cadeiras do colegiado. A eleição ocorreu após uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) convocada com apoio do empresário Nelson Tanure, que articulou a destituição integral do antigo conselho por meio do fundo Saint German.
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Mercado percebe risco elevado em ações do Pão de Açúcar
Na visão do Itaú BBA, o modelo de negócios do Pão de Açúcar é considerado resiliente, mas o cenário macroeconômico e o nível de endividamento aumentam os riscos.
O banco destacou que o prejuízo líquido ajustado foi de R$ 281 milhões, acima da expectativa de R$ 206 milhões, mesmo com efeitos fiscais não recorrentes.
O BTG Pactual também se mostra cauteloso, classificando o GPA como uma opção mais arriscada entre os varejistas de alimentos; embora tenha mantido a recomendação neutra para as ações.