O BTG Pactual anunciou nesta terça-feira (27) a compra de R$ 1,5 bilhão em ativos pertencentes ao empresário Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master.
A transação ocorre no momento em que o Banco Master busca uma solução definitiva para sua crise de liquidez e aguarda a aprovação da sua venda para o Banco de Brasília (BRB), avaliada em R$ 2 bilhões.
A operação, já concluída, foi acompanhada e autorizada pelo Banco Central (BC) e pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), com a condição de que os recursos sejam usados para reforçar a liquidez do Master.
Segundo o BTG, a aquisição foi realizada pela subsidiária integral BTG Pactual Holding de Controle Ltda. e está alinhada com sua estratégia de investimentos, representando uma “oportunidade de geração de valor para o banco e seus acionistas”.
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Ativos adquiridos pelo BTG
Segundo fato relevante divulgado pelo BTG, os ativos adquiridos incluem 15,17% do capital da Light, avaliados em cerca de R$ 378 milhões com base na cotação da terça-feira (27), mais 7,1 milhões de ações da Méliuz, equivalentes a 8,12% da companhia, avaliadas em R$ 55 milhões.
Ainda estão inclusos no pacote de ativos:
- Imóveis, como o prédio do hotel Fasano no Itaim, em São Paulo
- Participações minoritárias, incluindo uma fatia inferior a 1% na Hapvida e uma pequena participação no Grupo Pão de Açúcar
- Outros ativos como créditos, direitos creditórios, ações com participação inferior a 5% e empresas privadas nas quais Vorcaro tem participação direta ou indireta
BTG nega interesse direto no Master
O BTG destacou em fato relevante ao mercado que a operação não envolve qualquer participação societária no Banco Master ou em empresas controladas pelo conglomerado do banco. O negócio, portanto, trata exclusivamente de compra de ativos privados de Vorcaro.
Apesar das negociações em curso há meses, o BTG havia negado interesse direto nos ativos do Master. Em abril, o banco afirmou publicamente que não havia feito proposta.
Há duas semanas, o CFO (Diretor-Financeiro) do BTG, Renato Cohn, afirmou que o banco não tinha “interesse proativo” nos ativos do Master, mas poderia analisar “algumas coisas dentro de uma solução maior”. Segundo apuração do Valor Econômico, a negociação teve envolvimento direto de André Esteves, chairman do BTG Pactual.
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Situação do Banco Master
Em maio, o Banco Master obteve um empréstimo emergencial de R$ 4 bilhões do FGC, mas o valor não era suficiente para cobrir todos os passivos da instituição até o fim do ano. Por isso, a venda atual de ativos, destinada a complementar esse reforço de caixa.
O banco também aguarda a aprovação do Banco Central para concluir a venda de 58% do capital ao Banco de Brasília (BRB).
Pelo desenho atual da operação, Daniel Vorcaro permaneceria como controlador do banco. A proposta, no entanto, deixa de fora os ativos de menor liquidez.
Negociações com outros interessados
Além do BTG, Vorcaro chegou a negociar parte de seus ativos com a J&F, holding da família Batista, e com gestoras interessadas em precatórios.
Em nota, o Banco Master informou que “como parte do processo de venda de ações para o BRB, seu acionista controlador conduziu a venda de ativos de seu portfólio privado para o Banco BTG Pactual”, acrescentando que a operação foi acompanhada pelo Banco Central e pelo FGC, e teve como objetivo “capitalizar o Banco Master”.
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Próximos passos da operação
A aquisição dos ativos já foi concluída e, portanto, não está sujeita a condições precedentes, segundo o BTG.
No entanto, ainda depende de aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), responsável por avaliar possíveis efeitos concorrenciais da operação.