A General Motors (GM) registrou lucro líquido de US$ 1,89 bilhão no segundo trimestre deste ano, que corresponde a uma queda de 35,4% em relação ao valor registrado no mesmo período de 2024. A receita da montadora totalizou US$ 47,1 bilhões entre abril e junho, também com recuo na comparação anual, de 1,8%.
Já o lucro por ação ajustado (LPA) foi de US$ 2,53, acima da estimativa dos analistas, de US$ 2,34. As receitas também superaram as previsões, que apontavam para US$ 45,8 bilhões.
Mesmo com os desafios, a Diretora-Presidente da GM, Mary Barra, afirmou que o foco da companhia continua voltado para a busca de uma melhor rentabilidade e no segmento de veículos elétricos para impulsionar a geração de caixa.
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Às 10h14 (horário de Brasília) as ações da General Motors caíram 2,01% no pré-mercado de Nova York, após a divulgação dos resultados. No trimestre, os papéis da companhia subiram 8,1%, mas acumulam queda de 0,1% no ano.
GM tem resultados pressionados por tarifas
O lucro operacional ajustado (EBIT) da GM foi de US$ 3 bilhões no 2º trimestre, frente aos US$ 4,4 bilhões constatados no mesmo período de 2024.
A margem EBIT ajustada caiu de 9,3% para 6,4%. A companhia atribuiu o declínio principalmente ao impacto líquido de US$ 1,1 bilhão em tarifas, o equivalente a cerca de 3 pontos percentuais de pressão sobre a margem.
A estimativa da montadora é que o impacto total das tarifas neste ano fique entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões. A empresa afirmou ter conseguido mitigar aproximadamente 30% desse impacto por meio de ajustes em sua cadeia de produção, iniciativas de redução de custos e estratégias de precificação.
No entanto, a empresa alerta que o impacto líquido das tarifas no terceiro trimestre deverá ser maior, devido ao momento em que os custos indiretos serão contabilizados.
Resultados da GM por região
Na América do Norte, a GM entregou um EBIT ajustado de US$ 2,4 bilhões, com margem de 6,1%, abaixo do desempenho do 2º trimestre de 2024, quando registrou US$ 4,4 bilhões.
A unidade internacional (GMI) apresentou avanço, com lucro de US$ 200 milhões, contra o resultado neutro do mesmo período do ano anterior, puxada principalmente pela melhora da lucratividade na China.
Uma análise em cascata dos resultados mostra que o aumento de custos de US$ 1,5 bilhão, em grande parte devido às tarifas, foi o principal fator de queda no EBIT, compensado parcialmente por um mix de produtos mais favorável (US$ 500 milhões) e outros ajustes operacionais (US$ 500 milhões).
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GM cresce em vendas globais com veículos elétricos
No total, a GM entregou 1,53 milhão de veículos no segundo trimestre, ante 1,43 milhão no mesmo período do ano anterior. No Brasil, a companhia reportou queda: apenas 64 mil unidades foram entregues no trimestre, contra 84 mil em 2024.
Nos Estados Unidos, as vendas de veículos elétricos cresceram 111% na comparação anual, com 46.300 unidades comercializadas no trimestre. A GM alcançou 16% de participação no mercado de elétricos no país.
A Chevrolet conquistou o segundo lugar em vendas entre os elétricos, enquanto a Cadillac se tornou a marca de luxo mais vendida nesse segmento.
A GM também ganhou espaço no mercado automotivo dos EUA, com participação de 17,4% no trimestre, aumento de 0,7 ponto percentual em relação ao ano anterior.
A empresa foi a nº 1 em crescimento de vendas entre as grandes montadoras, com 747 mil veículos entregues no 2º trimestre e 1,44 milhão no acumulado do primeiro semestre.
GM anuncia investimentos em produção dos EUA
A companhia anunciou quase US$ 5 bilhões em investimentos em sua estrutura fabril nos Estados Unidos até 2027.
Desse total, US$ 4 bilhões serão destinados às fábricas de montagem em Michigan, Kansas e Tennessee, e cerca de US$ 900 milhões serão aplicados na produção de motores V8 de nova geração em Nova York.
Esses investimentos serão feitos dentro da faixa estimada de gastos de capital da empresa, entre US$ 10 bilhões e US$ 12 bilhões anuais.
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Projeção de lucro para este ano
A GM manteve sua projeção de lucro operacional ajustado para 2025 entre US$ 10 bilhões e US$ 10,2 bilhões, apesar das pressões tarifárias. Segundo a empresa, os esforços para compensar parte desses impactos devem continuar ao longo do segundo semestre.
A média das estimativas de lucros dos analistas caiu cerca de 5,3% nos últimos três meses. Apenas nos últimos 30 dias, quatro analistas revisaram suas projeções para baixo, refletindo incertezas em relação ao cenário tarifário e às margens da empresa.