O avanço da inteligência artificial (IA) abre novas oportunidades para empresas no setor financeiro, mas também traz desafios em relação à segurança de dados e escalabilidade das operações.
Durante a cobertura na Febraban Tech 2025, o Monitor do Mercado entrevistou executivos para entender como esses processos estão transformando o setor, mas também são alvos de olhares mais cautelosos.
Segundo Cecilia Mao, Vice-Presidente Executiva e Diretora de Produtos da Equifax nos Estados Unidos, mesmo com a digitalização acelerada, há resistência em alguns mercados a novas ferramentas. “O mercado financeiro usa os mesmos modelos há décadas. Mas o ritmo das mudanças digitais exige mais velocidade e adaptação”, disse.
A utilização de IA, no entanto, não é uma novidade para a companhia, segundo Rogério Signorini, vice-presidente da Equifax no Brasil. “A IA já é parte do dia a dia da companhia há anos, com aplicações na criação de modelos de crédito e sistemas antifraude. Aqui no Brasil, 100% dos scores que criamos usam IA”, afirmou.
Investimentos bilionários para migrar para nuvem
Nos últimos sete anos, a Equifax investiu mais de US$ 1,5 bilhão por meio da sua subsidiária brasileira, a Equifax | BoaVista, em uma migração ampla para a nuvem, com apoio do Google Cloud, o que, segundo os executivos, permitiu reunir dados globais em uma única infraestrutura.
Essa base tem servido de alicerce para acelerar o desenvolvimento de produtos e respostas ao mercado local, inclusive com uso de IA para explicar decisões automatizadas — algo obrigatório em diversos países.
- 🔥 Os experts já escolheram onde investir! Acesse gratuitamente as carteiras recomendadas do BTG Pactual. [Baixe agora!]
Cecilia também abordou as medidas tomadas após um ataque hacker em 2017, que envolveu a exposição de dados de mais de 140 milhões de pessoas. Segundo ela, o episódio impulsionou os investimentos robustos em cibersegurança.
Digitalização para ampliar segurança no mercado
Para Ana Luiza Fernandes, CEO da Grafeno, os desafios de segurança impostos pela digitalização dificulta unir originação de crédito, liquidação financeira e emissão de títulos em um só ambiente.
A empresa, que atua no mercado de crédito e pagamentos para empresas e fundos, com foco em antecipação de recebíveis e estruturação financeira, busca atuar como ponte no mercado, para integrar todos os serviços em uma única plataforma.
Com uma atuação em um ambiente regulado, a empresa consegue fornecer segurança para os clientes. “Seguimos prerrogativas rígidas. O usuário novo passa por autenticação com OCR, Facemap e monitoramento constante das transações. Isso é chave para evitar lavagem de dinheiro e fraudes”, afirmou Ana Luiza
- Crédito com as menores taxas do mercado. Simule um empréstimo com home equity agora.
IA como suporte na concessão de crédito
Na visão da executiva, a IA já contribui na automação de atendimento e na gestão de dados. Isso permite antecipar comportamentos e tornar análises de crédito mais eficientes.
“Nós conseguimos agregar isso em uma concessão mais eficiente para o originador, que vai emprestar para empresas, como consequência a IA ajuda a fomentar novos negócios”, disse.
Em 2024, a plataforma movimentou mais de R$ 400 bilhões e foi recentemente adquirida pela Vórtx, empresa especializada em infraestrutura para mercado de capitais. A operação está aguardando aprovação do Cade e segundo a CEO da Grafeno a integração das plataformas já está em curso.
“A ideia é oferecer uma experiência fluída, cobrindo desde pagamentos até a gestão fiduciária. Enxergamos muito espaço para crescimento nesse mercado”, explicou Ana Luiza.