As ações da China registraram uma forte queda nesta terça-feira (2), no primeiro pregão de 2025, marcando o pior início de ano desde 2016. Dados frustrantes da atividade industrial e a expectativa por novos estímulos econômicos pesaram sobre os mercados. Em Hong Kong, os índices também fecharam em queda.
O índice CSI 300, que mede o desempenho das principais ações listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 2,9%, enquanto o índice Shanghai Composite caiu 2,7%. Já o Hang Seng, principal indicador da bolsa de Hong Kong, teve queda de 2,2%.
Atividade industrial abaixo do esperado
A atividade industrial na China cresceu em dezembro, mas em um ritmo menor do que o esperado, segundo uma pesquisa do setor privado noticiada pela Reuters. A queda nos pedidos de exportação, em meio a preocupações sobre o cenário comercial global, contribuiu para o desempenho fraco.
Em 2024, as ações chinesas registraram seu primeiro ganho anual após três anos consecutivos de perdas, impulsionadas por um pacote de estímulos que melhorou o sentimento dos investidores.
Expectativas para políticas futuras
Segundo analistas, os próximos meses podem ser marcados por incertezas até a reunião do Congresso Nacional do Povo, em março, quando o governo deve anunciar metas de crescimento e novas medidas de estímulo.
A China ainda precisa mostrar como enfrentará a crise no mercado imobiliário e a baixa confiança dos investidores. Além disso, a possibilidade de tarifas superiores a 60% sobre importações chinesas, sugerida por Donald Trump, adiciona incertezas ao cenário.
Desempenho do yuan e ações da China
O yuan atingiu seu menor nível frente ao dólar em quase 14 meses, enquanto os títulos de dívida chineses registraram ganhos, com investidores buscando ativos mais seguros.
Ações dos setores financeiro e de tecnologia lideraram as perdas, com quedas de 3,5% e 4,3%, respectivamente. O setor imobiliário caiu 2,4%, apesar de um leve aumento nos preços de novos imóveis em dezembro.
As ações da rede de hipermercados Sun Art despencaram 20% após o Alibaba anunciar a venda de sua participação majoritária para a empresa de private equity DCP Capital. Os papéis do Alibaba também caíram 1,3%.
Gigantes de tecnologia negociadas em Hong Kong recuaram 2,5%, refletindo o sentimento negativo no mercado.