O Banco do Japão (BoJ) anunciou nesta sexta-feira (19) que manterá sua taxa básica de juros em 0,5%, com a perspectiva de elevação nos próximos meses.
A decisão já era esperada diante da instabilidade política promovida com a renúncia do primeiro-ministro Shigeru Ishiba.
O anúncio ocorreu poucas horas após a divulgação da inflação de agosto, que desacelerou para 2,7%, influenciada por subsídios estatais para energia. Apesar disso, o preço do arroz avançou 68,8% em termos anuais.
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Agora, a atenção dos investidores se volta para a entrevista coletiva do presidente do BoJ, Kazuo Ueda, enquanto o mercado busca sinais sobre a possibilidade de uma alta de juros no curto prazo.
Histórico recente da política monetária do Japão
Desde a saída da política de juros negativos, em março de 2024, o BoJ promoveu três aumentos de juros, sendo o último em janeiro.
O processo de normalização monetária foi interrompido devido às ameaças tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O BoJ manteve a avaliação de que a economia japonesa “se recuperou moderadamente, apesar de algumas fraquezas”. A instituição destacou que as expectativas de inflação subiram de forma moderada e que continuará vigilante em relação à aceleração da inflação subjacente.
Japão venderá ativos para manter as taxas reduzidas
O Banco Central do Japão também informou nesta sexta-feira que venderá ativos financeiros para manter as taxas reduzidas, incluindo fundos negociados em bolsa (ETFs). Essa medida marca uma nova fase de sua política de ajuste monetário.
A autoridade monetária acrescentou que buscará evitar desestabilizar os mercados financeiros com as vendas de ETFs, e que o ritmo dessas operações poderá ser alterado em reuniões futuras.
“O crescimento econômico do Japão provavelmente será moderado, já que o comércio e outras políticas em cada jurisdição levam a uma desaceleração das economias estrangeiras e a uma redução nos lucros corporativos nacionais”, afirmou o BoJ em comunicado.
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Influência do cenário político e externo
Um acordo comercial entre Tóquio e Washington aliviou parte das preocupações do mercado e impulsionou os ativos japoneses. Ainda assim, permanecem os receios quanto ao impacto das tarifas na economia e nas empresas locais.
A renúncia de Ishiba aumentou a incerteza sobre a condução das políticas governamentais. O primeiro-ministro comunicou que deixará a liderança do Partido Liberal Democrata (PLD).
Seus sucessores disputarão a presidência do partido em 4 de outubro, e o vencedor deverá assumir o cargo de primeiro-ministro.