O Banco do Povo da China (PBoC) decidiu nesta segunda-feira (22), em Pequim (noite de domingo no Brasil), manter inalteradas as taxas primárias de empréstimos (Loan Prime Rate, ou LPR) em 3% e 3,5%, pelo quarto mês consecutivo.
A decisão ocorreu apesar da fraca demanda por crédito e da desaceleração do crescimento, conforme já era amplamente esperado pelo mercado.
O último corte das taxas de referência aconteceu em maio, quando Pequim buscou reduzir os custos de financiamento e estimular a demanda doméstica, em meio à guerra comercial com os Estados Unidos.
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Sinais de desaceleração econômica na China
Indicadores recentes mostraram que a produção industrial e as vendas no varejo registraram em agosto seu crescimento mais fraco desde o ano passado. No terceiro trimestre, o ritmo de expansão da economia também perdeu força.
Esse cenário aumenta a expectativa de que a China precise recorrer a novos estímulos, como cortes adicionais de juros, ainda antes do fim de 2025, segundo economistas.
Postura cautelosa do PBoC
As fixações constantes da LPR refletem a abordagem cautelosa das autoridades em relação ao afrouxamento monetário. Esse movimento ocorre em um contexto de diminuição das tensões comerciais com os Estados Unidos, resiliência das exportações e recuperação recente do mercado de ações, mesmo diante da desaceleração doméstica e do corte de juros promovido pelo Federal Reserve (Fed), na última quarta-feira (17).
Na semana passada, o PBoC também manteve inalterada a taxa de recompra reversa de sete dias, instrumento que passou a funcionar como a principal taxa de juros no país.
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China mantém foco em prioridades internas
Durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira, o presidente do Banco Central, Pan Gongsheng, afirmou que a política monetária chinesa continuará priorizando preocupações domésticas, em vez de acompanhar movimentos do Fed.
Pan classificou a postura atual como “favorável” e “apropriadamente flexível”. Segundo ele, as autoridades trabalharão para promover reduções no custo do financiamento social como parte da estratégia econômica.
“Olhando para o futuro, usaremos de forma abrangente uma variedade de ferramentas de política monetária com base nas condições macroeconômicas e nas mudanças de cenário”, disse Pan.
Ele acrescentou que essa metodologia é semelhante à usada por outros Bancos Centrais, como o Fed, o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco do Japão (BoJ), ao determinar ajustes específicos de política, a chamada decisão orientada por dados.