O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) subiu 0,24% em abril, mostrando uma aceleração expressiva em relação ao mês anterior, quando registrou queda de 0,34%, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) nesta terça-feira (29)
Segundo Matheus Dias, economista do FGV IBRE, no IPA, a alta de produtos agropecuários e a queda menos acentuada em produtos industriais contribuíram conjuntamente para a reversão do movimento de queda registrado em março no IGP-M.
De outro lado, no Índice de Preços ao Consumidor (IPC), a desaceleração nos grupos transportes e habitação influenciaram o resultado de abril, com destaque para a forte queda nos preços das passagens aéreas.
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Com o resultado de abril, o IGP-M acumula alta de 1,23% no ano e de 8,50% nos últimos 12 meses. Em abril de 2024, o índice havia recuado 0,31% no mês e acumulava queda de 3,04% em 12 meses.
IGP-M acima da mediana do mercado
A alta do IGP-M em abril veio acima da mediana das projeções do mercado, que apontava para deflação de 0,03%, conforme levantamento do Valor Data. As estimativas variavam entre -0,33% e +0,55%.
No acumulado em 12 meses, a mediana das projeções era de 8,21%, com intervalo de 7,89% a 8,85%.
Esse comportamento do IGP-M pode impactar diretamente os contratos de aluguel e investimentos atrelados a esse índice, como alguns títulos de dívida corporativa e fundos imobiliários.
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IPA-M avança 0,13%, puxado por Bens Finais
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), que representa 60% da composição do IGP-M, registrou alta de 0,13% em abril, desacelerando frente à alta de 0,73% observada em março.
Confira o desempenho por grupo componente do índice:
- Bens Finais: subiu 0,91%, após variação de 0,61% no mês anterior.
- Bens Finais (ex): acelerou de 0,04% para 0,77% (excluindo alimentos in natura e combustíveis para consumo)
- Bens Intermediários: variou 0,02%, após deflação de 0,13% em março.
- Bens Intermediários (ex): subiu de 0,10% para 0,41% (exclusive o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção)
- Matérias-Primas Brutas: caíram 0,30%, frente à queda de 1,94% em março.
Esses dados indicam redução na pressão negativa das matérias-primas e manutenção da inflação nos produtos finais, com possíveis reflexos em cadeias produtivas e margens de empresas.
IPC-M recua com menor pressão no consumo das famílias
Com peso de 30% no IGP-M, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) variou 0,46% em abril, desacelerando frente à alta de 0,80% registrada em março.
Cinco dos oito grupos analisados mostraram desaceleração:
- Habitação: de 1,73% para 0,47%
- Transportes: de 0,70% para 0,04%
- Alimentação: de 1,39% para 0,80%
- Comunicação: de 0,68% para 0,35%
- Despesas Diversas: de 0,60% para 0,48%
Outros três grupos apresentaram avanço nas taxas de variação:
- Educação, Leitura e Recreação: de -1,60% para -0,47%
- Saúde e Cuidados Pessoais: de 0,60% para 1,09%
- Vestuário: de 0,12% para 0,46%
A desaceleração do IPC-M pode indicar menor pressão no consumo das famílias, enquanto os avanços em saúde e vestuário reforçam atenção a categorias específicas.
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INCC-M acelera com mão de obra
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M), responsável por 10% da composição do IGP-M, subiu 0,59% no mês, após alta de 0,38% em março.
- Materiais e Equipamentos: de 0,42% para 0,35%
- Serviços: de 0,19% para 0,50%
- Mão de Obra: de 0,35% para 0,91%
O aumento da mão de obra representa um fator de pressão inflacionária para o setor de construção civil, com possíveis impactos sobre os custos de obras e margens de empresas do setor.