A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) reduziu 0,97% em junho, após registrar leve queda de 0,01% em maio. O resultado foi influenciado principalmente pela redução nos preços das matérias-primas brutas, com destaque para o milho em grão.
A expectativa do mercado, segundo analistas consultados pela Reuters, era de uma baixa ainda mais acentuada, de 1,06%.
“Com o avanço das colheitas e os resultados positivos da safra, os preços do milho em grão registraram forte recuo neste mês – movimento que impactou diretamente o IPA, levando-o a uma queda significativa”, esclarece Matheus Dias, economista do FGV Ibre.
Com essa leitura, o IGP-10 acumula alta de 0,23% no ano e de 5,62% nos últimos 12 meses. Em igual período de 2024, o índice apresentou alta de 0,83%, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) nesta segunda-feira (16).
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Atacado recua com preços de commodities
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do IGP-10 e reflete os preços no atacado, apresentou queda de 1,54% em junho. Em maio, o recuo foi de 0,17%.
A deflação no IPA foi puxada principalmente pelo grupo Matérias-Primas Brutas, que intensificou a queda de 1,09% em maio para 2,98% em junho. Os principais itens em queda foram:
- Milho em grão: 16,21% (de -5,36% em maio)
- Bovinos: 4,50% (de +3,27%)
- Café em grão: 5,79% (de -0,41%)
- Farelo de soja: 8,35% (de +4,36%)
Entre os grupos por estágio de processamento:
- Bens Finais: passou de +0,99% para -0,01%
- Bens Finais (ex) (exclui alimentos in natura e combustíveis para consumo): caiu de +1,18% para +0,42%
- Bens Intermediários: passou de +0,10% para -0,87%
- Bens Intermediários (ex) (exclui combustíveis e lubrificantes): foi de +0,69% para -0,70%
- Matérias-Primas Brutas: reduziu de -1,09% para -2,98%
Inflação no varejo desacelera com alimentos
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-S), da FGV, que representa 30% do IGP-10 e mede a inflação no varejo, teve alta de 0,28% em junho, desacelerando frente ao avanço de 0,42% em maio.
Das oito classes de despesa que compõem esse índice, cinco recuaram:
- Alimentação: passou de +0,53% para +0,11%
- Saúde e Cuidados Pessoais: caiu de +1,08% para +0,44%
- Despesas Diversas: reduziu de +1,15% para +0,14%
- Vestuário: passou de +0,66% para +0,51%
- Transportes: teve leve queda de -0,07% para -0,08%
Nesta leitura do IPC-S, os produtos com maior impacto para a desaceleração da inflação ao consumidor foram:
- Tomate: -8,25% (após alta de +4,10% em maio)
- Ovos: -6,87% (de -1,99%)
- Arroz: também registrou queda, ainda que sem número detalhado no relatório.
Em contrapartida, houve aceleração nas seguintes classes:
- Habitação: subiu de +0,57% para +0,86%
- Educação, Leitura e Recreação: avançou de -0,45% para -0,08%
- Comunicação: acelerou de -0,25% para -0,05%
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Inflação na construção acelera com mão de obra
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10) avançou 0,87% em junho, após registrar alta de 0,43% no mês anterior. A principal pressão veio do grupo Mão de Obra, que passou de +0,51% para +2,38%.
Confira outros componentes do INCC:
- Materiais e Equipamentos: passou de +0,35% para -0,28%
- Serviços: foi de +0,54% para +0,49%
- Mão de Obra: passou de +0,51% para +2,38%
O aumento dos salários no setor e o custo da energia ficaram entre os principais fatores que pressionaram os custos da construção no mês.