O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, encerrou o pregão desta terça-feira (9) em queda de 0,12%, aos 141.618 pontos, com redução do apetite ao risco e temor de repressões políticas e sanções dos Estados Unidos após os primeiros votos da Corte no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O relator, ministro Alexandre de Moraes, assim como o ministro Flávio Dino, votaram pela condenação do ex-presidente e de outros sete acusados por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Entre as ações de maior peso no índice, Petrobras evitou perdas maiores, com alta de 1,08% (ON) e 0,78% (PN), acompanhando a alta do petróleo; enquanto a Vale terminou em queda de 0,30%.
No setor financeiro, o desempenho foi misto, com destaque para Bradesco (PN), que caiu 0,93%, enquanto Banco do Brasil (ON) encerrou a sessão em alta de 2,15%.
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No mercado internacional, pesa a escalada dos conflitos geopolíticos no Oriente Médio, após os ataques de Israel ao Catar e a Otan abater drones russos em território polonês, levando ao fechamento do espaço aéreo.
Enquanto isso, os EUA pressionam com novas sanções os compradores de petróleo russo. Donald Trump quer que a União Europeia taxe China e a Índia em 100% por comprarem o petróleo russo e, segundo a Reuters, os EUA estariam dispostos a impor tarifas de 100% à própria União Europeia caso o pedido não seja atendido.
Na agenda de indicadores econômicos, os investidores esperam pela divulgação do PPI nos EUA, que começa a projetar o ritmo de queda dos juros, às vésperas do CPI.
No Brasil, os dados de inflação também são destaque, com a divulgação do IPCA de agosto, com estimativas de que venha negativo.
No radar do mercado, nesta quarta-feira (10) o Supremo Tribunal Federal (STF), prossegue com o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e os outros sete réus acusados de trama golpista, com os votos dos ministros Luiz Fux, Carmem Lúcia e Cristiano Zanin.
As atenções estarão voltadas para o voto do ministro Luiz Fux, que sinalizou que poderá abrir divergências pelo menos no que diz respeito às preliminares, que tanto Moraes quanto Dino afastaram durante os seus votos.
Se o terceiro ministro votar contra a absolvição de Bolsonaro, o ex-presidente já será considerado condenado, restando apenas a definição do tamanho das penas.
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Manchetes desta manhã
- Com Fux, STF pode formar maioria pela condenação de Bolsonaro (Valor)
- Moraes e Dino votam para condenar Bolsonaro e militares por tentar golpe (O Globo)
- Polônia fala em risco de guerra e convoca Otan após abater drones da Rússia (Folha)
- Reag vende Empírica para outro Mansur (Valor)
Mercado global
As Bolsas da Europa sobem com impulso do varejo. A gigante espanhola de fast-fashion Inditex (+6,14%) informou sobre o aumento das vendas e a fabricante do Wegovy, Novo Nordisk (+3,99%), comunicou que seus planos de cortar empregos (11,5% no total) e fazer outras mudanças economizarão cerca de US$ 1,26 bilhão anualmente.
Os varejistas lideram os ganhos setoriais com um salto de 2,6% e o setor de saúde sobe 0,5%, reduzindo parte das perdas de mais de 3% registradas este ano.
No cenário político, Emmanuel Macron nomeou ontem o ex-ministro da defesa Sebastien Lecornu como primeiro-ministro após a queda de François Bayrou.
Na Ásia, os índices encerraram o pregão desta quarta-feira em alta, na esteira do otimismo e desempenho de Wall Street, que na véspera encerraram no positivo após o payroll consolidar apostas de corte na taxa de juros dos EUA na próxima reunião do Federal Reserve (Fed).
Em Nova York, os índices futuros têm movimento misto, enquanto investidores aguardam a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI), que servirá de referência para as apostas sobre um possível corte de juros.
Confira os principais índices do mercado:
•S&P 500 Futuro +0,3%
•FTSE 100 +0,4%
•CAC 40 +0,5%
•Nikkei 225 +0,9%
•Hang Seng +1%
}•Shanghai SE Comp. +0,1%
•MSCI World +0,1%
•MSCI EM +0,8%
•Bitcoin +0,8% a US$ 112385,81
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Commodities
- Petróleo: sobe após Israel atacar a liderança do Hamas no Catar, a Polônia derrubar drones da Rússia e os EUA pressionarem por novas sanções aos compradores de petróleo russo, mas o excesso de oferta limita ganhos.
O Brent para novembro sobe 0,77%, cotado a US$ 66,90 e o WTI para outubro avança 0,80%, a US$ 63,13 - Minério de ferro: fechou em alta de 0,25% em Dalian, na China, cotado a US$ 113,04/ton. Em Singapura, os contratos futuros caem 0,70%, cotados a US$ 106,75/ton e o mercado à vista recua 0,56%, cotado a US$ 106,30/ton.
Cenário internacional
Nos EUA, nesta terça-feira, o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos divulgou a prévia da revisão anual do payroll. A leitura preliminar apontou para uma revisão negativa de 911 mil empregos no nível de março de 2025, reforçando as esperanças de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed).
Em meio às tensões sobre a independência do Fed, Stephen Miran, um dos principais assessores econômicos da Casa Branca, deve superar uma etapa no Senado dos Estados Unidos nesta quarta-feira, avançando em sua nomeação como diretor do Fed no lugar de Adriana Kugler.
Ainda nesse contexto, a juíza Jia Cobb, em Washington, bloqueou temporariamente a tentativa de Donald Trump de remover Lisa Cook do conselho do Fed, em decisão que representa a primeira derrota da Casa Branca no embate judicial.
No campo comercial, o negociador japonês Ryosei Akazawa informou que os Estados Unidos reduzirão tarifas sobre produtos japoneses, incluindo carros e autopeças, até 16 de setembro.
Cenário nacional
No Brasil, a agenda econômica traz às 9h o IPCA referente a agosto, que mede a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços, servindo como referência oficial da inflação.
Às 12h, sairá a pesquisa de confiança do consumidor para setembro e às 14h30, o Banco Central divulga o fluxo cambial estrangeiro, que mostra a entrada e saída de recursos internacionais no país.
Segundo publicação do Valor Econômico, o relator da medida provisória sobre alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o deputado Carlos Zarattini, disse que vai retirar do texto a tributação das debêntures incentivadas.
O jornal também divulgou que o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o senador Renan Calheiros, concedeu vista coletiva ao projeto que retira R$ 9,5 bilhões dos gastos com o pacote contra tarifaço das metas fiscais de 2025 e 2026.
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Destaques no mercado corporativo
- Embraer: fará um anúncio hoje em Washington e afirmou que a divulgação será um “marco” para seus negócios americanos, sem detalhar o conteúdo.
- Master e BRB: o Banco Central rejeitou o acordo entre as duas instituições, citando o “risco de sucessão”. Em resposta, a agência Fitch revisou a perspectiva de rating de ambos os bancos para negativa.
- Motiva: registrou aumento de 0,3% em fluxo de veículos nas rodovias administradas pela companhia em agosto.
- Engie Brasil: de acordo com a Bloomberg, a empresa avalia a venda de uma participação minoritária em seu negócio de transmissão de energia e já contratou o Morgan Stanley para assessorar a possível transação.